A atividade agropecuária deve gerar renda de R$ 61,62 bilhões em Minas Gerais este ano. Comparado a 2015, o Valor Bruto da Produção Agropecuária Mineira (VBP) crescerá 13,18%. A previsão foi calculada pela Assessoria Técnica da FAEMG, com base em estimativas do IBGE e da Conab e dados de mercado divulgados por associações de produtores e consultorias, referentes a agosto.
O analista de agronegócios da FAEMG, Caio Coimbra, explica que o crescimento do VBP mineiro foi impulsionado pelos preços médios pagos aos produtores rurais, que no acumulado deste ano subiram 24%: “Os produtos que mais contribuíram para o resultado positivo foram o milho, que pagou 47,7% a mais; o leite, que teve alta no preço de 16,5%, e o feijão, com melhora de 94,3% no valor recebido pelo produtor. O indicador também reflete as consequências da seca na atividade agropecuária. Houve quebra de safras, com destaque para a segunda colheita do milho que provocou aumento do custo de produção pecuária”.
Agricultura
O desempenho dos produtos agrícolas, que representam 62,85% do indicador, puxou a alta. A renda gerada pelas lavouras aumentou em 25,2%, com destaque para banana (46,8%), batata (40,9%), café (24,7%), feijão (98,4%), milho (28,7%) e soja (39,7%). As razões do crescimento do VBP são várias. O café teve o valor elevado devido à expectativa de uma grande safra, que deverá ser 27,8% maior do que a anterior. Já o feijão e o milho tiveram produção modesta – o primeiro com uma leve alta de 2,1% e o segundo com queda de 12,8%. Com a diminuição da oferta e a manutenção da demanda aquecida, o valor desses grãos foi elevado.
O VBP da soja tem uma trajetória diferenciada: em Minas, a safra foi 35% maior que a anterior, mas, como a colheita nacional foi 1% menor, a renda dos mineiros aumentou devido à redução de oferta no país. Outro destaque é a banana. A queda de 3,4% na produção da fruta foi compensada pelo aumento de demanda, que elevou os preços médios em 52%. Como resultado registrou VBP 46,8% maior do que o do ano passado. A batata também merece destaque. Apesar de produção ter crescido timidamente (1,6%), a venda do tubérculo mineiro para outros estados elevou os preços em 38,7% e o VBP em 40,9%.
Pecuária
O VBP das criações mineiras caiu 1,3% este ano. A renda gerada pelo setor foi estimada em R$ 22,89 bilhões. O resultado negativo se deve à redução na produção de carnes. O pior desempenho foi do Boi gordo (-14%), seguido do suíno (-2,5%) e do frango (-0,5%). Os três segmentos sofreram as consequências da seca. A diminuição das pastagens e da oferta de milho – um dos principais componentes da ração – aumentou os custos de produção e reduziu a produtividade.
O leite também teve queda de produção (-8,3%), porém, os preços pagos ao produtor subiram (16,5%) devido ao crescimento da demanda, o que proporcionou um ganho de 6,8% no VBP. Na contramão, a produção de ovos teve todos os indicadores positivos. A produção cresceu 1,9%; a renda, 17,8% e o VBP, 20%. O resultado é reflexo da alta nos preços das carnes para o consumidor final, que acabou optando pela compra do ovo.