A produção mundial de café deve cair em 2014/2015. A informação foi dada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que projetou um total de 148,671 milhões de sacas de 60 quilos, ante 150,145 milhões de sacas da temporada anterior.
A quebra se dá principalmente por conta da diminuição da safra brasileira, que teve sérias dificuldades com a forte estiagem e altas temperaturas registradas no início do ano nas regiões de São Paulo e Minas Gerais – detentoras de 80% da produção nacional de café de qualidade do país, o arábica.
Este deve ser o segundo ano consecutivo de baixa na produção brasileira, registrando a primeira quebra da bienalidade do café em 20 anos. A colheita deve ser 21% menor que a do último ano de safra cheia.
Enquanto a safra brasileira dá indícios de baixas, a estimativa da produção da Colômbia e da América Central é otimista e deve compensar parte do mercado mundial de café arábica, que apresenta números recordes de exportação e de consumo.
É esperada a produção de cerca de 49,5 milhões de sacas de café no Brasil, ante as 53, 7 milhões de sacas do período anterior.
O Vietnã segue como segundo maior cultivador mundial com um volume recorde de 29,25 milhões de sacas.
A Colômbia aparece na terceira posição com 12 milhões de sacas. As exportações de café em grãos do Brasil poderão chegar a 29 milhões de sacas em 2014/2015, enquanto o consumo interno deve registrar 20,1 milhões de sacas.
Os estoques do país da temporada 2014/2015 estão quase acabando, restando apenas cerca de 6,138 milhões de sacas, enquanto o estoque mundial deve apontar 32,116 milhões de sacas.
Controle de café de qualidade
O presidente da Nestlé, Peter Brabeck, relatou ao jornal austríaco Kurier, que a empresa pretende aumentar a sua quota de compras de commodities diretos para garantir um controle maior de qualidade e de oferta. “O consumidor agora quer saber de onde o café da capsula Nespresso vem.
Nos próximos anos, queremos dobrar a proporção de commodities e vamos comprar diretamente, não mais via traders, especialmente para o café e o cacau”, ele disse. “Isso não é por conta dos preços, mas devido à qualidade e maior rastreabilidade. Claro que também por conta da demanda atual dos consumidores nas mídias sociais”, acrescentou.
Notícias Agrícolas // Talita Benegra