A FAEMG reúne lideranças sindicais para discutir os cenários e perspectivas que influenciam o agronegócio brasileiro, em um encontro de três dias. Concentrados no Hotel Tauá, em Caeté, desde ontem (12/8), eles têm a oportunidade de estreitarem relações, trocarem experiências e terem acesso a informações para subsidiarem as estratégias de defesa dos interesses dos produtores rurais mineiros. Hoje, os presidentes de sindicatos assistiram palestras e debateram sobre as conjunturas econômicas, política e ambiental.
O dia começou com a palestra do Professor Clóvis de Barros Filho sobre “O Capital Humano – Estímulo à Reflexão, à Ética e à Cooperação”. Coordenador do Curso de Ética e Meio Ambiente do Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas e consultor de Ética da Unesco, ele falou sobre a necessidade de se resgatar valores éticos e morais e analisou o impacto do abandono desses valores na sociedade. “Comentamos muito sobre o que os nossos políticos fazem, mas, na verdade, o que vemos no Congresso Nacional é o que acontece em toda a sociedade: uma carência de formação moral. Se não conseguimos fazer com amor, façamos com ética”, disse.
Inspirados pela discussão filosófica, os presidentes de sindicatos ouviram a palestra do economista Luis Paulo Rosenberg sobre as perspectivas econômicas. Autoproclamado como um otimista-moderado, ele acredita que a economia brasileira está retomando o fôlego: “Não sofremos influências externas dos EUA, China ou União Europeia; a inflação está sobre controle e o preço das commodities tende a se acomodar em um patamar 5% abaixo do atual, mas ainda lucrativo. A exceção é o café, cujo preço ainda tem espaço para subir e deve fazê-lo em breve. O pior já passou. Podemos esperar um crescimento de 2,5% do PIB este ano.”
Em seguida, foram apresentados os possíveis cenários para as próximas eleições presidenciais pelo Professor Ricardo Caldas. Diretor do Centro de Estudos Avançados da Universidade de Brasília, ele desenvolveu três possibilidades de disputa para demonstrar que uma troca de poder só ocorrerá se a oposição se unir. “Com a economia dando sinais de reaquecimento e a popularidade de Dilma Rousseff se recuperando, só uma oposição coesa poderá derrotá-la.”
A última palestra do dia foi proferida pelo engenheiro agrônomo Xico Graziano, que convocou os líderes a investirem em um novo formato de comunicação com a sociedade para melhorar a imagem do setor e fortalecer suas reivindicações. Uma das principais mudanças que propôs foi em relação ao meio ambiente. “Nós da agricultura temos que nos tornar os ambientalistas de amanhã, temos que abraçar essas causas como sendo nossas, como fizemos na época da globalização. Pois se continuarmos brigando contra as causas ambientais vamos perder”, afirmou.
O Encontro de Presidentes de Sindicatos Rurais da FAEMG será encerrado amanhã (14/8), com uma análise da conjuntura e perspectivas do agronegócio feita pelo engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada pela Esalq/USP, Alexandre Mendonça de Barros.