A partir de fevereiro do próximo ano, 525 produtores de leite, de 48 municípios das regiões Sul, Sudoeste, Zona da Mata, Central e Noroeste de Minas serão atendidos pelo programa Leite Saudável. O treinamento da segunda turma de técnicos que desenvolverão os trabalhos diretamente com os produtores foi encerrado nesta quarta-feira, 30, em BH. O programa é gratuito e pode ser aplicado em propriedades rurais de todos os tamanhos, desde que o produtor se comprometa em anotar todos os dados de custos e produção para embasar o trabalho dos técnicos.
O Leite Saudável busca a melhoria da gestão, da produção, do beneficiamento e da comercialização dos produtos agropecuários, profissionalizando a atividade. “O programa preenche uma das lacunas encontradas na pecuária leiteira de Minas: a possibilidade de melhora da renda dos produtores por meio da assistência técnica e gerencial para orientá-los na tomada de decisão dos seus negócios”, diz o superintendente do INAES, Pierre Vilela. O INAES, juntamente com o Senar, é o responsável pelo treinamento dos técnicos do Leite Saudável em Minas. O estado é responsável por 27% do leite produzido no Brasil e, com ações como estas, poderá ampliar sua participação no ranking nacional.
Entre os pilares do programa estão o melhoramento genético, a assistência técnica e a elevação da qualidade do leite. “Para se atingir este objetivo é necessário que o produtor saiba quanto custa produzir cada litro de leite. O gerenciamento é fundamental nos negócios rurais. As atividades produtivas têm de gerar dinheiro, como qualquer outra, e os produtores precisam pensar desta forma”, diz a instrutora do Senar, Camila Xavier Costa, responsável pelo treinamento da metodologia gerencial.
Gestão ao alcance
Cursando pós-graduação na área gerencial, o engenheiro agrônomo Bráulio Cesar de Carvalho Dornelas se inscreveu para ser técnico do Leite Saudável porque o programa une dois de seus interesses: pecuária leiteira e gestão. “A metodologia utilizada no programa nos permite fazer as comparações de receitas e despesas nas propriedades, desde o início da implantação do Leite Saudável, o que facilita para conhecer os resultados”. O cultivo de café é a principal atividade rural em Boa Esperança, onde atuará Bráulio. A pecuária leiteira é desenvolvida por pequenos produtores, que não têm capacitação gerencial, por isso, ele acredita que o programa tem tudo para ser bem-sucedido. O primeiro passo no Leite Saudável é fazer um diagnóstico da propriedade, depois, juntamente com o produtor, os técnicos estabelecem metas, que terão acompanhamento mensal.
A possibilidade de influenciar na melhora da qualidade e produtividade do leite e consequentemente da renda do produtor foi o principal atrativo para o zootecnista Glayk Humberto Vilela Barbosa, de Cássia, atuar no Leite Saudável: “Será um círculo virtuoso para a cidade. Melhorando a renda dos produtores, o comércio local também ganhará”. Segundo ele, o leite é a segunda maior atividade do município, mas o setor tem muito espaço para crescer, com as orientações técnicas e de gestão: “Tenho certeza que o Leite Saudável impulsionará a pecuária de Cássia e o sucesso do programa fará com que outros produtores o busquem para que sua atividade se torne mais competitiva”.
Leite Saudável
O Programa Leite Saudável, lançado em 2015 pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), tem como objetivo a melhoria da qualidade, da produtividade e da competitividade do leite, por meio do desenvolvimento da assistência técnica, melhoramento genético e boas práticas agropecuárias, para o aumento da renda e ascensão social dos produtores rurais.
O Programa tem como público-alvo 80 mil produtores de leite das classes C, D e E, de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados que representam 72,6% da produção nacional (466 municípios).