A valorização das commodities no mercado internacional contribuiu para que as exportações do agronegócio de Minas Gerais crescessem. No primeiro bimestre de 2017 foi verificado aumento de 16,9% no faturamento, que atingiu US$ 1,16 bilhão. A alta na receita foi puxada pelos bons resultados dos embarques do café, setor sucroalcooleiro, carnes e soja. A expectativa para o ano é positiva já que a tendência é de manutenção dos preços em alta no mercado mundial, em um ano de produção recorde do agronegócio de Minas Gerais.
Entre janeiro e fevereiro, o volume de produtos oriundos da atividade agropecuária destinado ao mercado internacional somou 1,03 milhão de toneladas, queda de 4,8%. No período, o valor médio da tonelada dos produtos agropecuários ficou em US$ 1.124, aumento de 22,8% frente aos US$ 915 praticados em igual intervalo de 2016.
“Nestes dois primeiros meses, percebemos uma sinalização, em nível mundial, de que as commodities tendem a ter preços mais valorizados que em 2016. A própria Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) sinalizou que os últimos anos foram de produções estáveis, enquanto o consumo estava em crescimento. Esta tendência de alta nos valores é muito importante já que este ano vamos colher uma safra recorde de grãos”, explicou o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), João Ricardo Albanez.
Ainda segundo Albanez, o IPA (Índice de Preços de Alimentos), elaborado pela FAO, alcançou 174 pontos em janeiro deste ano, ante o valor de 149 pontos registrado em igual mês de 2016. Em fevereiro o IPA atingiu 176 pontos, maior que os 150 pontos verificados em fevereiro de 2016. Com as altas mensais, o índice ficou em 175 pontos no primeiro bimestre, ante os 162 pontos observados entre janeiro e fevereiro de 2016. O Índice dos Preços de Alimentos considera a média dos índices de cinco commodities: carnes, lácteos, cereais, óleos vegetais e açúcar.
“Os preços pagos pelos produtos do setor sucroalcooleiro, complexo soja, carnes e café ficaram maiores, como sinalizou a FAO. O momento é favorável, com uma boa produção interna e estimativa de preços valorizados. Estes fatores vão ao encontro das expectativas de recuperação, ainda que lenta, da economia brasileira. Mais uma vez, o agronegócio vem contribuindo com bons resultados, favorecendo a movimentação da economia”, disse Albanez.
Dentre os produtos, o café, que responde por 54,6% do total exportado pelo agronegócio de Minas Gerais, movimentou US$ 635,2 milhões, variação positiva de 17,7%. O volume embarcado ficou estável, com 214,4 mil toneladas.
No complexo soja foram exportadas 124,9 mil toneladas de produtos, aumento de 219%. No faturamento, a alta chegou a 257,9%, movimentando US$ 61,8 milhões. Somente com a comercialização da soja em grão o faturamento cresceu 202% chegando a uma receita de US$ 33,5 milhões. Ao todo foram exportadas 85 mil toneladas da oleaginosa em grão, aumento de 168%. O faturamento gerado com o farelo de soja ficou em US$ 28,1 milhões, alta de 357,7%.
Os embarques do setor sucroalcooleiro cresceram 13% em faturamento, que encerrou o período em US$ 144 milhões. O destaque foram as exportações de açúcar, que renderam US$ 143 milhões, aumento de 16,8%. Ao todo, foram comercializadas com o exterior 355,8 mil toneladas de açúcar, queda de 14,1%.
Carnes
Resultado positivo também foi verificado no grupo das carnes. As exportações de carne suína foram as que mais cresceram. Ao longo do primeiro bimestre, os embarques chegaram a 3,9 mil toneladas, movimentando US$ 8 milhões, aumento de 17,2% em volume e 44,4% em faturamento.
Aumento também foi verificado na comercialização de carne de frango. O faturamento, US$ 58,3 milhões, cresceu 31,4%, com a comercialização de 36 mil toneladas, variação positiva de 3,1%. A carne bovina apresentou alta de 17,5% no faturamento e de 14,4% no volume, movimentando US$ 73,8 milhões e embarcando 19 mil toneladas.