O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (23) metas definitivas para uso de biocombustíveis no próximo ano, exigindo que as empresas de energia misturem 19,28 bilhões de galões de biocombustíveis na gasolina e no diesel.
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) estipulou em comunicado que a meta para biocombustível convencional, ou etanol, será de 15 bilhões de galões. Já para biocombustíveis avançados foi fixado um volume de 4,28 bilhões de galões.
A agência estabeleceu o mandato para biodiesel em 2,1 bilhões de galões em 2018.
Isso se compara com um total de 18,8 bilhões de galões da proposta da EPA em maio e representaria uma alta de 6% ante o volume deste ano, de 18,11 bilhões de galões.
A EPA é obrigada a estabelecer metas para o Renewable Fuel Standard, com mandatos anuais da quantidade de etanol e biodiesel que precisam ser misturados com gasolina e diesel.
O programa, definido em lei pelo então presidente George W. Bush, visa reduzir as emissões de gases com efeito estufa, promover a independência energética e impulsionar as economias rurais.
O aumento para 15 bilhões de galões de biocombustíveis convencionais marca uma vitória para a indústria de etanol dos EUA, que usa o milho com matéria-prima.
Isso ocorreu depois de anos de debates da indústria com reguladores para aumentar os mandatos estabelecidos pelo Congresso em 2007.
O presidente Barack Obama segurou as metas nos últimos anos, dizendo que havia desafios de mercado.
Brasil celebra
A presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Elizabeth Farina, afirmou que a decisão da EPA tem potencial de favorecer a indústria brasileira, uma vez que o etanol do Brasil é considerado um combustível renovável avançado.
A dirigente da Unica, cujas empresas associadas representam 60% da produção de cana-de-açúcar no Brasil, disse que, “com as condições de mercado adequadas, o Brasil tem capacidade de prover aos EUA quantidades significativamente maiores de biocombustível avançado do que os mais de 750 milhões de litros determinados pela regra da EPA para 2017”.
“Juntos, Brasil e EUA têm construído um mercado global de biocombustíveis, e estamos dispostos a seguir em frente garantindo que o caminho para um transporte sustentável seja trilhado com os biocombustíveis renováveis”, acrescentou Farina, em nota.
Nos últimos quatro anos, segundo dados da Unica, aproximadamente 4,5 bilhões de litros de etanol de cana importados do Brasil abasteceram veículos norte-americanos. No período, o país forneceu 10% de todo os biocombustíveis avançados usados nos EUA, de acordo com a associação.
Globo Rural