A grave estiagem dos últimos meses aumentou a preocupação dos agricultores em relação ao desenvolvimento das lavouras. Em muitos casos, a produção só é possível com o uso da irrigação. No Brasil, a agricultura irrigada ocupa 6,7% da área plantada e responde por 20% da produção de alimentos.
Em Minas Gerais, a área com uso de irrigação é de 600 mil hectares. Segundo o coordenador Técnico Estadual de Irrigação e Recursos Hídricos da Emater-MG, João Carlos Guimarães, o manejo correto da irrigação é fundamental para que captação de água seja realmente a necessária para cada cultura.
Obter informações precisas sobre o clima da região e dos solos ajuda a estabelecer a quantidade e o momento certo de irrigar. “Se não houver uma estação climática próxima, uma alternativa é a aquisição, por um grupo de irrigantes, de estação uma climática automatizada. Outro equipamento que pode ser útil é um sensor de solo que informa o teor de umidade retida de pelo solo. Com isso, é possível reduzir em até 20% a quantidade de água utilizada na irrigação”, observou.
A Emater-MG também orienta os produtores a utilizar sistemas de irrigação adequados para cada tipo de cultura e que ajudam na economia de água. “A irrigação localizada é a mais econômica. Ela é indicada nas áreas de produção de hortaliças, frutas e café”, explicou Guimarães.
Gotejamento
A irrigação localizada pode tanto ser por gotejamento ou por microaspersão. Ela é feita próxima ao da pé da planta e aplicando água em pequenas quantidades. No caso do gotejamento, a água é disponibilizada por intermédio de mangueiras, com pequenos furos, que ficam espaçadas pela lavoura, junto às fileiras de plantas.
Segundo o coordenador, a economia chega a 50% em relação aos métodos convencionais. Já o uso de microaspersores, reduz a quantidade de água utilizada entre 25% e 30%.
Já quando a cultura exige uso do sistema de aspersão convencional – plantio de grãos, por exemplo – a recomendação é utilizar equipamentos (aspersores de baixa precipitação, sistema Lepa, etc) que ajudam a controlar a vazão e permitem que a irrigação seja feita o mais rente possível ao solo, reduzindo a dispersão da água.
“O sistema Lepa, por exemplo, é muito utilizado nas grandes áreas irrigadas com pivô central”, explicou o coordenador da Emater-MG. Lepa significa Low Energy Precision Application, ou aplicação precisa de água com baixo consumo de energia. Sua utilização promove uma redução nas perdas de água pelo vento e evaporação.
Fonte: Diário do Comércio