Há 22 anos foi criado o Dia Mundial da Mulher Trabalhadora Rural, celebrado no dia 15 de outubro. A data comemorativa foi estabelecida na quarta Conferência da ONU sobre a Mulher, realizada em Pequim, em 1995.
A escolha desse dia para celebrar a mulher no meio rural é muito representativa. Foi escolhido por ser a véspera do Dia Mundial da Alimentação, e esta seria a forma de dar mais destaque ao papel que as mulheres do campo desempenham na garantia da segurança alimentar e na erradicação da pobreza no meio rural.
O papel desempenhado pela mulher no campo
A grande contribuição da mulher no trabalho rural acontece principalmente em relação à agricultura familiar. No Brasil, esse tipo de agricultura é responsável por produzir 70% dos alimentos consumidos. O papel da mulher na produção de alimentos é central, mas ainda carece de visibilidade e reconhecimento, tanto da sociedade quanto de suas próprias famílias.
O último censo da agricultura familiar revelou números alarmantes sobre equilíbrio de gênero no campo: mais de 3 milhões de homens estão à frente de pequenos estabelecimentos de agricultura familiar, e somente 600 mil mulheres aparecem nessa situação.
A impressão é a de que há muito mais homens trabalhando no meio rural do que mulheres, o que não é exato, já que grande parte das tarefas do campo são desempenhadas por elas, nas mais diversas condições: trabalhadoras assalariadas, agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, extrativistas, coletoras etc. Porém não recebem o mesmo tipo de reconhecimento profissional que um homem na mesma condição.
Quando são assalariadas, o salário é menor; quando agricultoras familiares, não têm a profissão reconhecida, e continuam a ser chamadas de ajudantes dos maridos ou esposas de agricultores.
Fortalecimento econômico e político da mulher rural
Existem hoje, políticas públicas voltadas para as mulheres rurais como o Pronaf -Mulher, programa de crédito para a mulher agricultora. Todavia, as demandas das mulheres por mais políticas públicas não param no campo econômico. Entram na questão da violência, na participação feminina na reforma agrária, maior participação representação na vida política, entre outras.
A ActionAid, por exemplo, tem no seu trabalho com direito das mulheres uma frente de atuação muito forte. Diversas organizações parceiras trabalham fortalecendo as atividades econômicas e políticas das mulheres em áreas rurais.
O fortalecimento econômico vem através do apoio a atividades geradoras de renda, permitindo que a mulher quebre com a dependência financeira em relação ao seu marido ou companheiro. Em seguida a autonomia econômica, vem o fortalecimento político para que se tornem ativas na busca por seus direitos.
As informações são do Centro de Referência da Mulher.