Os números da safra 2018 e seus reflexos no bolso dos cafeicultores mineiros foram alguns dos assuntos discutidos pela Comissão Técnica de Café da FAEMG, que se reuniu essa semana, em BH. Produtores de diversas partes do estado foram unânimes: a boa safra se encerra com preços pouco remuneradores. E com os altos custos de produção, especialmente dos insumos importados, podem faltar investimentos na próxima safra.
Breno Mesquita
Diretor da FAEMG e presidente das comissões de cafeicultura da CNA e da FAEMG
“Falta remuneração à atividade e, consequentemente, já tem crescido o endividamento dos produtores. Temos atuado ativamente junto ao Ministério da Agricultura, ao Ministério da Fazenda e ao CDPC (Conselho Deliberativo de Políticas Cafeeiras), apresentando proposições de políticas e instrumentos efetivos para a geração de renda e garantia de preços remuneratórios para a cafeicultura ”.
Segundo Breno Mesquita, uma das proposições que estão sendo trabalhadas junto ao Governo Federal é a de que seja definido, para aqueles que decidam estocar, que o valor financiável por saca não seja nunca inferior ao preço mínimo. Assim, os produtores poderão aguardar o melhor momento para comercializar sua produção, e a safra entrará no mercado de forma mais ordenada, favorecendo maior estabilidade de preços. “Além disso, é preciso, também, que o Funcafé deixe de ser apenas um instrumento financiador, para que, de forma criteriosa, assuma também a viabilização de programas de geração de renda”.
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Ele destacou que, do ponto de vista dos produtores, a alternativa para alcançar mais independência dos preços praticados no mercado é investir em qualidade, e na produção de grãos especiais, com cuidados diferenciados do pé à xícara. Para conhecer as mais modernas técnicas de produção e gerenciamento, e ter acesso a muitas oportunidades de bons negócios e relacionamento com toda a cadeia produtiva, Breno convidou os membros da comissão, presidentes de sindicatos rurais e produtores de todo o estado a participarem da Semana Internacional do Café 2018, de 7 a 9 de novembro, em BH. (Clique aqui e acesse o site)
CRÉDITO RURAL
O vice-presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Pedro Loyola, apresentou o Programa para Composição de Dívidas Rurais Pro-CDD Agro, do BNDES. Os recursos dessa linha podem ser utilizados para quitar dívidas bancárias e também com fornecedores, como revendas de insumos, tradings e cooperativas agrícolas.
Pedro Loyola, vice-presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA.
“O produtor ou cooperativa de produção em dificuldade financeira deve manifestar formalmente interesse em compor suas dívidas com a Instituição Financeira Credenciada do BNDES até 28 de dezembro de 2018”.
No portal Sistema FAEMG, está disponível para download um modelo de carta “Pedindo Composição de Dívidas – CDD-Agro BNDES”.
Os critérios e condições para acesso à esta linha de crédito estão detalhados nas circulares Cir02-208 e Cir46.