A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o portal CaféPoint concluíram uma pesquisa com cafeicultores das principais regiões produtoras do país para saber o desempenho da safra em 2018 e o perfil da atividade no País.
A pesquisa foi realizada online em outubro e novembro e presencialmente na Semana Internacional do Café, no mês passado, em Belo Horizonte (MG). Acesse aqui a íntegra.
O levantamento abordou pontos como qualidade, produção, comercialização, problemas com pragas e doenças na lavoura e características fundiárias das propriedades.
“É um trabalho que certamente vai nortear o trabalho da CNA em 2019 para reivindicar políticas públicas”, destacou Maciel Silva, assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA.
Segundo a pesquisa, 68% dos produtores responderam que tiveram um café de qualidade melhor em relação à safra anterior, enquanto 23% produziram um grão com a mesma qualidade e 9% inferior.
“Isso se justifica pelas boas condições meteorológicas durante o período de colheita. Sem a ocorrência de chuvas que comprometessem os resultados qualitativos”, diz a pesquisa.
Para 84% dos participantes, ao volume colhido foi superior ou igual ao de 2017, reflexo da bienalidade positiva e do clima favorável neste ano.
O levantamento apontou também que 64% não fazem contratos de venda futura da produção, optando por vender a lavoura no momento da colheita ou armazenar os grãos na propriedade para comercialização no mercado físico. Por outro lado, 36% afirmaram realizar a venda futura, dos quais 23% por meio de cooperativas e 13% de outras formas, como pelas corretoras.
“Esse cenário é preocupante no que se refere à gestão de risco. Ao considerar as oscilações cíclicas, sazonais e voláteis do preço no mercado internacional, a comercialização futura é um mecanismo importante para gestão de risco e garantia da renda e deve ser considerada”, explica o estudo.
Ainda de acordo com o estudo, 36,2% disseram que a ferrugem foi a principal doença que atacou a lavoura, seguida por bicho mineiro (22,8%) e broca do café (22,6%).
A pesquisa apontou, ainda, o perfil fundiário dos cafeicultores e constatou que 66% das propriedades têm menos de 20 hectares, o que mostra a importância dos pequenos produtores para a atividade.
O levantamento foi feito com produtores das variedades arábica e conilon em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Bahia, Rondônia e Goiás.