Após um ano de safra recorde, a produção de café no Brasil passa por um momento de apreensão. No ano passado, o mundo produziu 160 milhões de sacas, sendo que o mercado consome cerca de 159 milhões anualmente. Foi a maior safra da história.
O Brasil também registrou produção recorde, com 62 milhões de sacas. Com a oferta maior que a demanda, o preço do café brasileiro caiu de mais de R$ 400 para algo em torno de R$ 360 este ano na média até agora.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a cafeicultura emprega hoje cerca de 4 milhões e meio de brasileiros. Alguns empresários já preveêm que, se nenhuma medida for tomada, 10 por cento de seus funcionários fixos devem ser demitidos após a colheita, em agosto. O presidente da comissão do café da CNA, Breno Mesquita, viaja pelo interior de Minas Gerais debatendo soluções com os produtores há cerca de 20 dias. Ele explica que a cafeicultura está ficando inviável.
O que a gente percebe é uma desesperança muito grande’, relata. ‘Para você ter uma ideia, nós temos regiões de Minas Gerais onde o custo de produção ultrapassa R$ 500. Essa mesma região está vendendo café a R$ 350’.
Mais da metade da produção brasileira de café vem de Minas. O estado é responsável por um quinto do café no mundo. Diante da crise no setor, o governo mineiro enviou um ofício ao Ministério da Agricultura solicitando medidas urgentes para evitar impactos na economia.
Por exemplo, a extensão dos prazos para pagamentos de financiamento nos bancos públicos, e a publicação de um edital para que os empresários possam vender as sacas para a União. Dessa forma, o governo pode utilizar um preço tabelado, e estocar o café para diminuir a oferta, fazendo o preço subir. Ambas as medidas já foram tomadas em outros momentos de crise nos últimos 18 anos.
O Ministério da Agricultura informou que ainda não tem medidas concretas definidas, mas que está negociando uma forma de atender as demandas.
(Fontes: Faemg, TV Record Minas, Rádio CBN)