O Brasil deverá plantar pela primeira vez mais de 18 milhões de hectares de milho em uma safra na temporada 2019/20, uma área recorde que representa crescimento de 3,5% ante o ciclo anterior, com bons preços impulsionando o plantio do cereal na chamada “safrinha”, de acordo com pesquisa da Reuters.
A sondagem com 12 analistas e órgãos de pesquisa apontou também que o Brasil deverá colher 101 milhões de toneladas, em média, superando ligeiramente o recorde da temporada anterior, apesar de um ciclo atrasado versus 2018/19, consequência de uma colheita mais tardia da soja que resultará em uma janela climática ideal mais curta para o milho segunda safra, que responde por cerca de 75% produção total do país.
A projeção média ainda indica uma redução de cerca de 1 milhão de toneladas na comparação com sondagem semelhante publicada pela Reuters em setembro, com alguns analistas cortando suas estimativas. Eles admitem que há mais risco para a safrinha 2019/20, plantada após a colheita da soja, mas ressaltam que a temporada anterior, muito adiantada, é que foi um ponto fora da curva.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Bastos, tem uma posição mais conservadora, comentando que o número atual da Conab, abaixo de 100 milhões de toneladas, faz “mais sentido” após uma safra mais atrasada.
Mas ele disse que uma dose de otimismo também pode ser considerada após o Mato Grosso ter recuperado um atraso inicial no ciclo da soja, o que proporcionará condições boas para o plantio. Bastos ressaltou que, por ora, é difícil ter prognósticos seguros sobre como será o tempo no período de plantio e mesmo no desenvolvimento da segunda safra, o que justifica também a maior cautela com o número.
Fonte: Reuters