O setor agropecuário é um dos principais setores da economia que contribuem para que o Brasil cumpra as metas de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 37%, até 2025, e 43% até 2030, assumidas durante a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP21), conhecida como Acordo de Paris.
“Para alcançar estes índices, o País detalha sua estratégia, imputando ações individualizadas nos sistemas produtivos que, somados, compõem as Contribuições Nacionalmente Determinadas, as NDCs”, explica o coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho.
Em dezembro, a CNA participa da 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), na Polônia, onde devem ser estabelecidas as obrigações para o cumprimento do Acordo de Paris, previsto para entrar em vigor em 2020.
“O produtor rural está fazendo sua parte e esperamos que nessa COP o mundo reconheça as ações já empreendidas e o Brasil ajuste sua NDC com responsabilidade, permitindo o crescimento sustentável do setor agropecuário”, afirma Ananias Filho.
De acordo com o livro Tons de Verde, do pesquisador da Embrapa Evaristo de Miranda, o Brasil possui 66,3% de área de vegetação nativa, o equivalente a 563,7 milhões de hectares. Desses, 33,2% estão dentro de propriedade privada. O percentual de 66,3%, baseado nas informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), é maior que a superfície total dos 28 países da União Europeia.
Em relação à produção de alimentos, o País possui 7,57% de área cultivada, terceiro menor percentual de utilização de terra entre os nove maiores países do mundo, ficando atrás apenas de Canadá (4,7%) e Austrália (4,57%).
“Esses resultados foram conquistados graças à preocupação do produtor rural em investir em tecnologias de baixa emissão de carbono, recuperando pastagens e aumentando a produtividade sem abrir novas áreas”, ressalta Filho.
No próximo dia 08 de novembro, a CNA vai promover o workshop “Agropecuária Brasileira no Acordo de Paris”, com a presença de produtores rurais, pesquisadores e lideranças setoriais para elaboração de um posicionamento do setor para a COP 24.