O agronegócio vem gerando resultados positivos à economia do Brasil. Dados oficiais do Governo Federal revelam que o setor da economia cresceu 13% em 2017, o melhor número desde 1996, já representando 23% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Nesse cenário de crescimento consistente, um dos destaques tem vindo da produção do milho, grão que apresenta elevado retorno de investimento considerando o potencial de desenvolvimento socioeconômico e a versatilidade da sua produção. Devido aos investimentos em tecnologia e pesquisa, a produtividade vem apresentando crescimento exponencial nos últimos anos.
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás estão diversificando investimentos incorporando de forma gradativa, além do gado e da soja, o milho entre um dos seus principais produtos. Dados oficiais indicam que a produção de milho na safra 2017/2018 (primeira e segunda safras) deve atingir 82 milhões de toneladas.
Dados recentes da União Nacional de Etanol de Milho (Unem) indicam que a produção brasileira de etanol de milho deve saltar de 600 milhões de litros por ano para até 3,5 bilhões de litros em 2023, um aumento de 483% em cinco anos. Os dados envolvem projeções de implementação de usinas que estão em construção ou sendo licenciadas, número que já soma atualmente 15 novas plantas que consumirão 17 milhões de toneladas de milho em 10 anos.
O etanol de milho é uma alternativa que está envolvendo bilhões em investimentos para a economia e geração de empregos, pois a produção de 500 milhões de litros pode corresponder a 8,5 mil empregos diretos e indiretos. Não bastassem essas vantagens, o milho gera subprodutos de elevado valor agregado, caso do óleo e do farelo (DDG), muito aproveitado na alimentação de bovinos de corte em decorrência da eficácia já comprovada como fonte proteica.
Dependendo dos preços do grão, o etanol de milho também tem um custo que concorre com o etanol da cana-de-açúcar e aumenta as opções da matriz de combustível. Além disso, já existem usinas tradicionais de cana-de-açúcar adaptando o processo produtivo para trabalhar com cana-de-açúcar e milho, as chamadas usinas flex.
Aproveitar o potencial de crescimento do milho no agronegócio brasileiro é, sem dúvida, apostar em um produto importante para que o País possa incrementar o desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda. Muitos municípios pequenos dependem basicamente do cultivo de grãos, movimentando uma grande cadeia e gerando renda direta aos produtores e trabalhadores.
Considerando que o Brasil já está entre os principais produtores de milho do mundo, inclusive em decorrência de uma gestão tecnológica aplicada intensamente nas lavouras, há ainda bastante potencial para que a produção aumente de forma gradual, fato que contribuirá para a melhoria dos índices nacionais.
Giovani Pigatto
Sócio-diretor na KPMG no Brasil.
André Luiz Monaretti
Sócio-líder de Agronegócio da KPMG no Brasil.