A Volcafé, divisão da trading britânica ED&F Man, revisou para baixo sua previsão sobre a safra brasileira de café 2014/2015, cuja colheita se inicia entre abril e maio. A estimativa indica produção de 51 milhões de sacas de 60 quilos, o que corresponde a uma queda de cerca de 15% em comparação com as 60 milhões de sacas projetadas inicialmente.
Com uma safra brasileira de 51 milhões de sacas, o equilíbrio estatístico entre oferta e demanda global na safra 2014/2015 torna-se um déficit de cerca de 5 milhões de sacas, após dois anos de superávit em 2012/2013 e 2013/2014, informa a Volcafé em seu comunicado.
Segundo a Volcafé, “foram encontradas evidências no campo que nos encoraja a estimar que a colheita na temporada 2014/2015 terá 35 milhões de sacas de arábica e 16 milhões de sacas de conilon”.
Conforme a Volcafé, a queda significativa na expectativa de produção da variedade arábica foi observada ao longo do estudo, que durou um mês. Dois fatores principais contribuem para a redução: um de ordem fisiológica da planta e outro de decisão econômica por parte dos cafeicultores.
Em relação ao primeiro fator, foi observada uma taxa de abortamento das flores dos cafezais mais elevada do que a esperada inicialmente. “Essa fixação decepcionante de flores, em especial no sul de Minas, decorre do alto estresse produtivo a partir de duas grandes safras consecutivas, apesar do clima favorável”, informa a Volcafé.
O segundo fator é a decisão de muitos agricultores de realizar o ‘esqueletamento’ (poda drástica) de parte de seus cafezais. Esta decisão é geralmente tomada nas semanas seguintes à fixação das flores, quando os agricultores podem avaliar o rendimento de seus cafeeiros, comenta a Volcafé. Esta atividade de poda drástica elimina completamente os custos da próxima colheita (de baixo rendimento) e proporciona uma colheita abundante em dois anos. “Este ano, observamos taxas de ‘esqueletamento’ de até 17% nas principais áreas de café arábica, muito mais elevadas do que o normal”, continua a Volcafé.
Em relação à adubação, em virtude do baixo preço do café, os produtores brasileiros têm de pagar atualmente o equivalente a oito sacas do grão para fertilizar um hectare. “Iremos observar cuidadosamente o tratamento dos cafezais ao longo dos próximos meses”, ressalta a empresa.
Fonte: Rural BR