A produção agropecuária mineira faturou R$ 43,9 bilhões em 2012, crescimento de 3,5% em relação ao ano anterior. O bom desempenho foi alavancado, sobretudo, pelos produtos agrícolas, que renderam R$ 27,4 bilhões, cerca de 6% a mais que no ano anterior. A pecuária fechou o ano com pequeno recuo de 0,5% e rendimento avaliado em R$ 16,5 bilhões.
O fechamento parcial do Valor Bruto da Produção Agropecuária Mineira (VBP/MG) e outros indicadores do agronegócio mineiro referentes ao acumulado de 2012 foram divulgados na tarde desta segunda (28/1) pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG). Os arquivos estão disponíveis para consulta no site da FAEMG, em “Mercado e Indicadores”. O coordenador da assessoria técnica da entidade, Pierre Vilela, faz um balanço positivo dos dados, especialmente o VBP: “É um resultado bom para um ano não muito bom”.
O Produto Interno Bruno (PIB) do agronegócio mineiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com apoio financeiro da FAEMG aponta variação da renda de 0,06%, com estimativa total de R$ 131,7 bilhões. O crescimento, considerado pequeno, ainda que positivo, é resultado do fraco desempenho dos segmentos de agroindústria (-4,2%) e distribuição (-0,5%). Já o segmento básico, que inclui as atividades “da porteira para dentro”, teve expansão de 3,04%.
IPR
O acompanhamento do Índice de Preços Recebidos pelos produtores mineiros (IPR/MG) teve variação negativa (-7,36%) na cotação global dos 15 produtos analisados durante o ano. A redução está atrelada à queda nos preços de produtos como algodão (-12,9%), banana (-31,1%) e, principalmente, no preço do café (-32%). Principal produto agrícola do Estado, o café viveu ano de grande oferta pela safra recordista e mercado lento, com poucos negócios e produto estocado nos países compradores. Ainda assim, o impacto da queda de preços foi amortizado pela produção 24% maior do que em 2011.
Os grãos garantiram a remuneração do produtor, com preços em alta por causa da pouca oferta ocasionada por problemas climáticos em vários países produtores ao longo do ano. Por um lado, a quebra da produção pela seca impulsionou os preços alcançados pelo milho (23%) e soja (77,7%), enquanto o excesso de chuvas do início do ano foi responsável pela redução da produção de feijão (29,2%) que elevou o preço pelo resto do ano.
A batata apresentou a variação de preços mais destacada do ano de 2012. O coordenador da assessoria técnica da FAEMG, Pierre Vilela, explica que o aumento de 111,7% é, no entanto, uma recuperação, já que o produto havia fechado 2011 com forte desvalorização (-51%).
Fonte: FAEMG