Cinco sindicatos rurais da região Sul do estado receberam uma comitiva formada por representantes do Sistema Faemg Senar e Cemig. As entidades das cidades de São Vicente de Minas, Minduri, Cruzília, Baependi e Caxambu foram visitadas. As reuniões foram para apresentar as demandas dos produtores rurais sobre os problemas com energia elétrica e para que a Cemig compartilhe as ações realizadas para evitar a falta de eletricidade nas propriedades rurais. Os encontros também estreitaram relacionamento entre companhia e os sindicatos para agilizar a resolução de problemas e melhorar a troca de informações entre a companhia e os sindicatos rurais.
Poda de árvores, manutenção na rede elétrica, aumento de equipes de atendimento, melhorias e criação de novas subestações na região foram demonstradas na apresentação. Os encontros reuniram os presidentes dos sindicatos rurais, a assessora técnica do Sistema Faemg Senar, Aline Veloso, o gerente regional Emerson Simão, além de representantes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), como a gerente de relacionamento com o poder público municipal da Cemig, Pollyana de Faria.
Aline Veloso diz que as reuniões foram proveitosas, pois tocaram em assuntos de interesse do produtor. “A energia elétrica é um insumo fundamental para as atividades produtivas e, por isso, é um assunto estratégico para o Sistema Faemg Senar. O Sistema representa o produtor junto ao conselho de consumidores da Cemig e atuamos firmemente. Essas reuniões serviram para estreitar as relações, para que a companhia energética ouvisse os sindicatos de produtores e, a partir disso, possa realizar ações com maior rapidez, beneficiando essas pessoas”.
Durante a reunião, o gerente regional Emerson Simão frisou que a falta de energia causa perda de matéria-prima e prejuízos para as propriedades rurais. Produtores de leite, por exemplo, ficam impossibilitados de conservar a produção e precisam descartar o produto. Agricultores têm dificuldades no momento da irrigação e criadores de animais podem perder vacinas e suprimentos. Alguns equipamentos agrícolas, como ordenhadeiras, incubadoras, refrigeradores e motores dependem do suprimento energético para funcionar. Além disso, o dia a dia das famílias rurais é prejudicado, diminuindo o conforto e a qualidade de vida dessas pessoas. “Esse foi um bom momento para a companhia energética apresentar o que eles têm feito e o que eles pretendem fazer para melhorar esse panorama do campo”, afirmou.
Em caso de queima de equipamentos, o produtor pode solicitar o ressarcimento por danos elétricos junto à distribuidora.
Investimentos para melhorar o fornecimento
No período chuvoso de 2022/2023 houve um aumento de 42% na ocorrência de chuvas fortes e 321% a mais de eventos climáticos severos, é o que revelou a apresentação feita pela Cemig aos sindicatos. Para mitigar os efeitos desse aumento, só em 2023, a companhia energética investiu cerca de 760 milhões de reais na manutenção da rede elétrica. Para 2024, o planejamento é chegar a 868,4 milhões. Esses investimentos também foram distribuídos na contratação de novas equipes e de novos veículos, manutenção das redes elétricas, troca de postes e diversos outros recursos para atendimento à população.
“O objetivo principal é se aproximar dos sindicatos rurais, mostrando os investimentos que a Cemig vem fazendo para melhorar o fornecimento de energia.” revelou Pollyana de Faria, gerente de relacionamento com o poder público municipal da Cemig.
Um dos obstáculos na hora de resolver quedas de energia indicados pela companhia, foram as condições das estradas vicinais, que muitas vezes dificultam o atendimento e aumentam o tempo de restabelecimento da eletricidade em algumas localidades.
“Existem locais onde nossos carros não conseguem passar. Nesses pontos, muitas vezes nossos técnicos precisam carregar postes de maneira braçal, ou dependem de tratores de propriedades da região para desatolar caminhões e carregar equipamentos”, completou Alexon Conde, engenheiro de serviços comerciais e manutenção da distribuição.
Entidades cooperadas avaliam a iniciativa
A presidente do Sindicato Rural de Minduri, Maria Aparecida Ferreira, no início deste ano foi até Belo Horizonte para conversar com representantes do Sistema Faemg Senar sobre a constante falta de energia nas propriedades. “A gente quer ter inovações no campo, mas a falta de energia, às vezes, dificulta”, afirmou ela, que viu seus esforços sendo valorizados com a visita da comitiva. “Hoje recebemos pela primeira vez uma equipe que demonstrou as várias ações que a Cemig tem feito na região”, relatou.
Antônio Ricardo Teixeira Meirelles, presidente do Sindicato Rural de São Vicente de Minas, diz que na sua cidade a população rural sofre muito com a falta de energia, e que essa reunião serviu para trazer conhecimento sobre a real situação da distribuição energética em sua cidade. “Identifiquei bastante pontos positivos em relação ao nosso município. Queremos que nosso relacionamento seja o mais próximo possível, e esperamos que esses investimentos possam trazer melhorias”.
Em Cruzília, o encontro causou otimismo. “É um canal que a gente abre para o produtor ser ouvido, e ouvir a Cemig, o que está sendo feito para melhorar o fornecimento de energia”, contou Marcelo Junqueira, presidente do sindicato.
Na cidade de Baependi, Sirlei Silvério afirmou que ficou satisfeito com a visita, pois demonstra que as necessidades dos produtores estão sendo ouvidas. “Não adianta brigar, temos que ser parceiros, entender o problema do outro e andar de mãos dadas. É válido saber o que está sendo feito, para que a gente possa ter informações para levar para os produtores”.
Eduardo Rafael, presidente do Sindicato Rural de Caxambu, disse que essa foi uma boa oportunidade de reunir informações pertinentes ao dia a dia no campo. “Sabemos que as melhorias requerem investimentos, e são muitos, foi bom podermos ver como eles vêm sendo aplicados. Recebemos com felicidade a notícia de que os sindicatos terão uma linha direta com a companhia, o que vai melhorar o nosso relacionamento e evitar prejuízos aos produtores rurais”, comentou Rafael.
Para facilitar o atendimento os sindicatos rurais de todo o estado vão passar a contar com uma linha direta com a Cemig, que vai disponibilizar um número 0800 para ligações das entidades, onde será possível ter mais detalhamento e troca de informações sobre a resolução do problema.
Fonte: FAEMG – ESCRITO POR FLÁVIO CHRISTO, DE JUIZ DE FORA