A safra de grãos de Minas Gerais deve encerrar o ano com queda de 1,6% na produção. Pela 11ª Estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), serão produzidas no Estado cerca de 12 milhões de toneladas de grãos. A queda é resultado da redução da produtividade, que recuou 3,6% na safra atual, com rendimento médio de 3,9 toneladas por hectare. A área plantada é de 3 milhões de hectares, aumento de 2%.
Alguns produtos como o algodão e feijão também estão contribuindo para a queda. Por outro lado, os bons resultados da soja, trigo e do milho segunda safra ajudaram a minimizá-la.
O levamento da Conab mostra que a produção de milho segunda safra foi ampliada em 18,1%, com um volume estimado em 617,8 mil toneladas, frente às 523,2 mil toneladas colhidas em igual safra anterior. A área plantada é de 118,8 mil hectares, incremento de 26%. A produtividade foi reduzida em 6,3%, com rendimento médio de 5,2 toneladas por hectare.
Mesmo com o incremento da segunda safra, a produção total de milho deve ficar menor que a observada no período produtivo anterior. A queda de 6,2% na produção da primeira safra é a principal justificativa para a redução de 4,5% na produção total, que foi estimada em 7,45 milhões de toneladas. A produtividade também ficou 1,2% menor, com rendimento de 5,8 toneladas por hectare. A área, de 1,26 milhão de hectares, está 3,4% inferior.
Os preços elevados pagos pelo trigo e a demanda em alta incentivaram os investimentos na cultura. Os dados da Conab mostram que a produção mineira está 21,8% superior à da safra passada. A expectativa é colher 98,3 mil toneladas do produto. A área plantada foi ampliada em 38,1%, atingindo 21,5 mil hectares. A escassez de chuva registrada no início do desenvolvimento do trigo afetou a produtividade, que deve recuar em torno de 11,8%, com rendimento médio por hectare de 3,31 toneladas.
No caso da soja, a produção foi de 3,37 milhões de toneladas, alta de 10,3% sobre as 3 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. A área ocupada ficou em 1,12 milhão de hectares, incremento de 9,5%. A produtividade, 3 toneladas por hectare, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,8%.
No algodão em caroço é esperado recuo de 36,7% na produção, que foi estimada em 67,5 mil toneladas. A área destinada ao produto é de 20 mil hectares, queda de 32,4%. A produtividade média foi calculada em 3,3 toneladas, recuo de 6,3%. A queda, tanto na produção como na área, foi ocasionada, sobretudo, pela retração dos preços nos mercados interno e externo, os altos custos de produção e os atraentes preços do milho e da soja.
Em Minas, as lavouras de algodão, segundo os técnicos da Conab, vêm se desenvolvendo bem, embora algumas áreas tenham sofrido com a estiagem e altas temperaturas registradas em dezembro e fevereiro, principalmente nas regiões Norte e Noroeste.
Já a produção de feijão segunda safra ficou 15,2% inferior, com a estimativa de colher 194,9 mil toneladas. A produtividade caiu 9,2%, com rendimento médio de 1,3 tonelada por hectare. A área ficou 6,6% menor, atingindo 148 mil hectares. A redução é atribuída aos problemas relacionados ao controle da mosca-branca, difícil e oneroso, e às condições climáticas favoráveis ao plantio do milho segunda safra, que se apresentou como uma boa alternativa de uso do solo no período.
A terceira safra deve ficar apenas 0,9% maior, com 217,2 mil toneladas. De acordo com a Conab, o plantio em Minas Gerais pode se estender até agosto, motivado pelos bons preços de mercado ao longo do ano. A área de feijão está estimada em 85 mil hectares, crescimento de 3,3% quando comparada à safra anterior, dado que ainda poderá ser reavaliado no próximo levantamento.
As lavouras se encontram, predominantemente, em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. Os plantios realizados mais cedo se encontram em fase de floração, maturação e início de colheita. A produtividade média esperada para o Estado é de 2,55 toneladas por hectare.
Brasil
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho projeta uma safra de 187,9 milhões de toneladas no país em 2013, com uma alta de 1,2% em relação a junho, quando registrou 185,7 milhões de toneladas. De acordo com a projeção do IBGE, a safra será 16,1% maior do que a do ano passado, de 161,9 milhões de toneladas.
A área a ser colhida apresenta acréscimo de 8,2% em relação a 2012, totalizando 48,8 milhões de hectares, aumento de 195.451 hectares em relação à previsão do mês anterior. Soja e milho, principais culturas do país, apresentaram crescimento em relação a 2012 na área a ser colhida de, respectivamente, 11,2% e 7,2%. Já o arroz, terceira principal cultura, teve decréscimo de 0,6% na área colhida.
Fonte: Diário do Comércio