As chuvas registradas nas últimas semanas estão contribuindo para o desenvolvimento da safra 2016 de café em Minas Gerais. Caso as precipitações continuem regulares, o Estado poderá colher uma safra satisfatória, variando entre 23 milhões e 24 milhões de sacas de 60 quilos, alta de cerca de 15%. A produção mineira deste ano, praticamente concluída, deve fechar entre 20 milhões e 21 milhões de sacas. Apesar do clima favorável, os cafeicultores estão cautelosos em relação aos investimentos, em função das incertezas da economia nacional.
De acordo com o diretor da FAEMG e presidente das comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita, as expectativas em torno da nova safra são positivas.
Tivemos uma florada boa e as chuvas estão normalizando, então, persistindo este quadro, e não havendo fatores inesperados, teremos uma safra boa, mas nada de extravagante. A estimativa inicial é que a colheita fique entre 23 milhões e 24 milhões de sacas de 60 quilos em Minas Gerais?, avalia.
Os desafios para a nova safra são os custos, que foram alavancados pela desvalorização do real frente ao dólar, e as incertezas em relação à economia nacional, o que tem deixado os cafeicultores apreensivos e limitando a intenção de investimentos.
Além disso, com as perdas registradas nas duas últimas safras, em decorrência das interferências climáticas, o preço praticado no mercado atualmente não é suficiente para cobrir as perdas que os produtores tiveram com as duas últimas colheitas. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), na terceira semana de novembro, o Indicador Cepea do café arábica, tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, ficou próximo a R$ 480 a saca de 60 quilos.
O setor tem discutido a situação e percebemos que os produtores pisaram no freio. Os preços atuais não estão compensando quando levamos em conta o que deixou de ser colhido. A questão econômica do País também interfere na tomada de decisão, uma vez que o produtor não vislumbra uma saída da crise no curto prazo, isso faz com que eles segurem qualquer plano de investimento. As notícias econômicas não são boas e este fator é preocupante para qualquer setor econômico. A tendência é segurar os investimentos em todos os setores?, avalia Mesquita.
Estiagem
Em relação ao encerramento da safra 2015 de café, a estiagem prolongada registrada em várias etapas do período produtivo interferiu no rendimento da safra. A produção mineira, que já foi praticamente concluída, deve encerrar o período entre 20 milhões e 21 milhões de sacas de 60 quilos, volume menor que a previsão inicial que estimava a colheita de 24 milhões de sacas na safra 2015.
A safra 2015 está praticamente encerrada e as perdas foram confirmadas. A estiagem registrada nas regiões produtoras, pelo segundo ano consecutivo, prejudicou o desenvolvimento dos grãos, que ficaram menores, demandando maior volume para preencher uma saca?, ressalta.
Diário do Comércio