Ainda assim, segundo o agrônomo, esse atraso não deve provocar problemas com a produtividade, porque as lavouras já estão em fase de “chumbinho” (momento inicial de desenvolvimento do fruto).
A expectativa é de que sejam colhidas na safra 2013/14 (ano de baixa produtividade no ciclo bianual da cultura) algo em torno de 200 mil sacas de 60 quilos em São Sebastião do Paraíso, uma queda de quase 30% ante as 280 mil sacas produzidas em 2012/13. A perspectiva é de que essa proporção seja reproduzida em todo o sul de Minas Gerais e também no cerrado mineiro.
“O produtor veio mais capitalizado nos últimos dois anos. Por conta dos preços melhores do café, ele pôde aumentar os cuidados com a lavoura, o que permitiu elevar a produção mesmo em ano de bienalidade negativa”, conta Minto. Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. Na safra 2012/13, colheu 26,63 milhões de sacas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Safra 2013/14 de café arábica no sul de MG deve ser quase 30% menor
A condição das lavouras de café no sul de Minas Gerais (região que responde por 25% do grão produzido no país) é considerada boa, apesar de as chuvas terem ficado mais escassas em dezembro. De acordo com João Bosco Minto, engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG), que atua em São Sebastião do Paraíso (importante município produtor do sul mineiro), é comum que as precipitações alcancem entre 500 e 600 milímetros no último mês do ano. Mas, até agora, não choveu nem metade desse volume na cidade. “Isso acabou por atrasar a adubação. Tem produtor indo adubar só agora, quando o normal seria começar em outubro”, afirma.