O prazo de vigência do estado de emergência fitossanitária, relativo ao risco iminente de surto pela broca-do-café (Hypothenemus Hampei), foi prorrogado em Minas Gerais por mais um ano. A extensão do prazo foi publicada nesta quinta-feira, 19 de março, no Diário Oficial da União (DOU), Portaria nº 80, assinada pela ministra Kátia Abreu. Com isso, foi concedida uma autorização emergencial e temporária à DuPont para importar o produto que possui como ingrediente ativo o Ciantraniliprole, que combate a praga nas lavouras.
A FAEMG, juntamente com a Comissão Nacional do Café, Conselho Nacional do Café e Secretaria de Agricultura de MG trabalharam intensamente para que o prazo fosse prorrogado. Como o Ciantraniliprole ainda não teve seu registro definitivo no Brasil, a Secretaria de Agricultura do Estado de Minas Gerais solicitou ao MAPA a prorrogação do prazo de emergência fitossanitária e a Epamig enviou todo embasamento técnico para possibilitar a ampliação do prazo.
De acordo com o diretor da FAEMG e presidente das comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita, a grande preocupação do setor produtivo, inclusive devido à importância da cafeicultura em Minas, era que, ao término dos 12 meses concedidos anteriormente pelo governo, não fosse possível prorrogar o estado de emergência: “Agora nosso objetivo é trabalhar para que esta medida venha se tornar definitiva e que outros produtos sejam ofertados no país para combater a broca do café”.
A broca é uma das principais pragas que atacam os cafezais, impactando diretamente no grão que será comercializado. Para cada 5% dos frutos atacados pela praga, até 1% dos grãos apresenta defeito, interferindo diretamente na qualidade da bebida e, consequentemente, no preço recebido pelos cafeicultores. Além disso, a broca pode causar perdas quantitativas, em casos graves de infestação máxima, atingindo 12 quilos em cada saca beneficiada de 60 quilos.