O Presidente do SISTEMA FAEMG, Roberto Simões, avaliou o Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2015/16, anunciado pelo Ministério da Agricultura na manhã desta terça (2/6), em Brasília.
Veja abaixo os principais pontos destacados:
Juros
“Em volume, o plano praticamente atendeu às solicitações do setor, apesar da queda no item investimento. Entretanto, os juros anunciados ficaram bem acima do esperado. Tendo em vista a forte contribuição do setor para a economia, esperávamos que houvesse maior estímulo para seu crescimento.
Já trabalharemos este ano com custo elevado em adubos, defensivos, combustíveis, mão de obra. O acréscimo de juros bastante altos resultará em uma safra substancialmente mais cara que a do ano anterior, o que levanta questionamentos se o produtor encontrará preços compensatórios para continuar seu trabalho”.
Crédito rural
“Embora os recursos sejam abundantes, os tomadores de crédito encontram dificuldades quando têm problemas na reformulação de seu fluxo de caixa e acabam reclassificados quanto ao risco pelos bancos, que passam a recusá-lo. Pode ocorrer assim de haver recurso e não termos tomadores, por incapacidade. É um problema que se intensificará a partir de agora, quando começarão a vencer os compromissos anteriores e, em função da seca, muitos produtores não conseguirão honrar suas contas e cairão na reclassificação”.
Custeio e seguro rural
“Embora o custeio tenha sido mais contemplado – especialmente em função de sugestões do setor – as operações de pré-custeio ainda não foram liberadas e não há previsão.
Outro ponto fraco diz respeito ao seguro rural. No plano anunciado não houve referência clara aos valores e prazos, ou menção aos valores em aberto do ano anterior”.
Plano plurianual
“É muito bem vinda a discussão inicial de um estudo para que o plano passe a ser de longo prazo, com metas, valores e datas bem definidas. Com um plano plurianual, a exemplo de países muito bem sucedidos nesta área, o setor seria capaz de um planejamento consistente e realmente eficiente com vistas ao crescimento econômico brasileiro”.
SOBRE O PAP 2015/2016
O Plano Agrícola e Pecuário 2015/16 prevê a disponibilização de R$ 187,7 bilhões ao crédito rural para as operações de custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial. O volume representa alta de 20% em relação ao período anterior, que foi de R$ 156,1 bilhões.
Para o financiamento de custeio a juros controlados estão programados R$ 94,5 bilhões, 7,5% a mais em comparação com o período anterior (R$ 87,9 bilhões) e reflete o crescimento dos custos de produção. Já para investimentos, são R$ 33,3 bilhões.
Na modalidade custeio houve um incremento de 130%, passando de R$ 23 bilhões para R$ 53 bilhões, provenientes da aplicação dos recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) no financiamento da safra.
O Pronamp (Programa de Apoio ao Médio Produtor) receberá atenção especial nesta safra e contará com R$ 18,9 bilhões, um incremento de 17% no volume de recursos. São R$ 13,6 bilhões para a modalidade de custeio e R$ 5,3 bilhões em investimento.
Taxa de juros
As taxas de juros do Pronamp para os médios produtores foram estabelecidas em 7,75% ao ano para custeio e 7,5% ao ano para investimento. Para os empréstimos de custeio da agricultura empresarial, a taxa é de 8,75% ao ano. Já para financiar os demais programas de investimentos, a taxa varia de 7% a 8,75% ao ano (faturamento até R$ 90 milhões).