O IPR (Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais), indicador calculado pelaFAEMG, registrou alta de 2,10% no estado em junho, após dois meses consecutivos de queda. A recuperação ainda não foi suficiente para tirar o indicador do vermelho este ano. No acumulado de 2015, a variação ficou em -0,20%. Entretanto, no cálculo para os últimos 12 meses, o preço recebido pelo produtor mineiro subiu significativos 8,91%.
Agricultura
Em junho, as principais contribuições entre os cultivos do estado vieram do algodão e da batata. A pluma teve o preço elevado em 10,34% devido à combinação da forte demanda interna com a baixa oferta de produto para pronta entrega, uma vez que em junho a colheita está sendo finalizada. A participação da batata no resultado foi mais expressiva, o preço pago pelo tubérculo subiu 26,52%. “A alta é justificada pela oferta reduzida em Minas. Boa parte da safra foi destinada aos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde os preços estavam mais altos e vantajosos aos produtores”, destaca a coordenadora da Assessoria Técnica, Aline Veloso.
Na contramão da alta, o destaque é o milho cujo preço caiu 8,27% em junho. A queda foi provocada pela entrada da 2ª safra brasileira no mercado. Os preços do cereal já tendiam à redução porque os estoques mundiais ainda estão cheios com a robusta safra dos Estados Unidos e América Latina, e caíram de vez com o aumento da oferta no mercado nacional. No acumulado do ano o registro está em -12,27% e dos últimos 12 meses, em -5,63%.
O café também teve desempenho negativo. Os preços caíram 0,45% em junho, puxados pelas especulações de mercado sobre uma grande safra, mesmo este sendo um ano de bienalidade baixa e com a colheita sendo impactada pela seca ocorrida ao longo de 2014 e início de 2015. De janeiro até agora, os preços reduziram 10,38%, mas no acumulado dos últimos 12 meses houve alta de 9,45%.
Pecuária
O preço do frango registrou alta de 15,01% e o do suíno, 9,29% em junho deste ano. Esses dois produtos foram responsáveis pela elevação do IPR. “Devido às dificuldades econômicas enfrentadas pelo país – principalmente à inflação que tem reduzido o poder aquisitivo da população – e ao aumento no preço da arroba bovina, o consumidor tem priorizado a compra de carnes com preços mais acessíveis, como frango e suínos. Assim, a maior demanda por esses produtos fez com que os preços pagos para o produtor subissem”, explica Aline Veloso.
O leite também teve um indicador positivo em junho: 3,23%. Os preços foram influenciados pela chegada do período de entressafra no Sudeste e Centro-oeste do país, mas já vinham em alta desde fevereiro devido à queda de produção causada pelas condições climáticas adversas, registrando alta de 5,52% nos primeiros seis meses de 2015. Entretanto, no acumulado dos últimos 12 meses, os preços caíram 5,18%. “A melhora nos preços este ano ainda não foi suficiente para cobrir as consecutivas quedas no segundo semestre de 2014, provocadas pela retração no consumo, principalmente de produtos com maior valor agregado, como queijos e iogurtes,” comenta Aline Veloso.
Já o preço do boi gordo ficou praticamente estável, com pequeno decréscimo de 0,01%. Porém, ainda remunera bem o produtor; prova disso é a alta de quase 24% nos últimos 12 meses – um patamar inédito para o segmento.
Fonte: FAEMG