O IPR (Índice de Preços Recebidos pelos Produtores Rurais) apresentou alta em Minas Gerais pela terceira vez consecutiva neste ano. De acordo com dados da FAEMG, em outubro, foi registrado incremento de 3,87% nos valores, o que elevou para 19,11% o crescimento acumulado nos dez primeiros meses de 2014 e para 16,43% nos últimos 12 meses. A elevação se deve à oferta de produtos mais ajustada à demanda, o que foi proporcionado, principalmente, pela estiagem atípica e pelo ingresso de alguns itens no período de entressafra.
Segundo a coordenadora da assessoria técnica da FAEMG, Aline Veloso, a recuperação de preços de importantes produtos foi fundamental para o aumento dos valores pagos aos produtores. “Em outubro, com a menor oferta no mercado, produtos como o feijão e a batata, por exemplo, que vinham registrando perdas ao longo do ano apresentaram importante valorização dos preços”.
O principal produto do agronegócio mineiro, o café, manteve o IPR em alta. Em outubro, o incremento foi de 9,6%, elevando para 78,09% o valor acumulado nos primeiros dez meses do ano e para 88,68% nos últimos 12 meses.
“Os preços do café mantiveram o movimento de alta e o principal motivo é menor produção. A seca prolongada registrada no início do ano afetou o desenvolvimento da cultura e limitou a oferta. Outro fator que contribuiu foi a demanda internacional maior”, informou Aline.
Feijão – O IPR do feijão voltou a apresentar alta, encerrando outubro com valorização de 10,27%. Mesmo com o aumento mensal, o IPR continuou negativo no acumulado do ano, 6,77%, e nos últimos 12 meses, 37,25%. A aquisição do produto pelo governo federal é um dos fatores que justificam o incremento.
No caso da batata, que também vinha apresentando IPR negativo, a menor oferta fez com que o índice encerrasse outubro com elevação de 48,04%. No ano, a alta ficou em 5,29% e, no acumulado dos últimos 12 meses, ainda é negativa em 44,84%.
Em relação ao abacaxi, a demanda elevada e a qualidade superior fizeram com que o IPR subisse 9,96% em agosto, elevando para 101,84% a valorização no acumulado do ano e para 137,08% nos últimos 12 meses.
O milho encerrou o mês com variação positiva de 4,46% no IPR.
A demanda aquecida fez com que o IPR das carnes mantivessem o ritmo de alta. No caso dos suínos, o aumento em outubro foi de 8,5%; no frango foi de 4,02%; e no boi gordo, de 2,64%.
Queda – Apesar dos resultados positivos, outros produtos importantes encerraram outubro com IPR negativo, como a soja, por exemplo. Na comercialização da oleaginosa, o produtor recebeu no mês 1,39% a menos. No acumulado do ano a queda está em 15,17% e nos últimos 12 meses em 11,87%.
O início da safra de leite e o aumento da oferta fizeram com que o IPR do produto recuasse 1,49% em outubro. Mesmo assim, no acumulado ao ano a alta é de 3,14%.
Diário do Comércio