O preço médio pago pelo litro de leite aos produtores, em julho, referente a produção entregue em junho, em Minas Gerais ficou praticamente estável, com pequeno incremento de 0,7%, atingindo R$ 1,21 por litro. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a demanda foi enfraquecida pelas férias escolares e pela realização da Copa do Mundo, aliada ao aumento de 3,6% na captação no Estado.
A pequena variação positiva veio após queda de 2,03% observada em maio, quando foi interrompida a série de altas observadas desde janeiro de 2014. A expectativa é de manutenção das cotações ao longo deste mês, uma vez que a produção no Sul do país tende a crescer, o que impacta no mercado impedindo pressão altísta sobre os preços.
De acordo com pesquisadores do Cepea, na média nacional também foi registrada estabilidade nos valores pagos pelo leite. A estagnação é reflexo da demanda pouco aquecida pelos derivados lácteos e da maior captação de leite na região Sul do país, que está em plena safra.
No período, o preço líqüido pago pelo litro de leite ao produtor teve queda de apenas 0,01% e fechou julho em R$ 1,01 por litro na média Brasil, que inclui os estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grade do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Já o preço bruto fechou a R$ 1,09 por litro, pequena alta de 0,09% em relação à média do mês anterior.
Conforme relatório do Cepea, ao longo de julho, a demanda por derivados se manteve pouco aquecida devido ao período final da Copa e das férias escolares, fazendo com que os estoques ficassem maiores no período e acarretando manutenção dos preços pagos ao pecuarista de leite.
Investimentos – Em relação à captação, em Minas foi registrada alta de 3,6%, que teve como estímulo os investimentos por parte dos produtores na melhoria genética e na nutrição do rebanho. Os aportes foram proporcionados pelos preços pagos pelo litro do leite, que desde meados de 2013 mantiveram-se acima dos custos de produção. Na média nacional, o Índice de Captação do Leite (Icap-L) do Cepea apresentou alta de 4,3%.
Dentre as regiões pesquisadas foi registrada queda nos preços na Zona da Mata, no Rio Doce e Sul/Sudoeste. A maior retração foi verificada na Mata, onde o pecuarista recebeu, média bruta, R$ 0,95 pelo litro, queda de 1,93% quando comparada com o valor praticado em junho. O valor líquido recuou 2,04% encerrando o mês a R$ 0,88 por litro.
No Sul/Sudoeste o litro de leite foi negociado entre a média bruta de R$ 0,96 e a líquida de R$ 0,89, queda de 1,23% e 1,39%, respectivamente. No Vale do Rio Doce, o pecuarista recebeu pela negociação do litro de leite R$ 1,19, queda de 0,94%. Em relação ao valor líquido, a retração foi de 0,88%, com o litro avaliado em R$ 1,10.
A maior alta foi verificada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O litro foi vendido a R$ 1,14, na média bruta, incremento de 2,43% e por R$ 1,04 na média liquida, variação positiva de 3,06%. No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba a alta foi de 0,53% no valor bruto, com o litro de leite negociado em R$ 1,19 e de 0,26% no preço líquido com o produto vendido a R$ 1,10.
Quanto aos preços a serem pagos aos produtores em agosto, representantes de laticínios e cooperativa consultados pelo Cepea esperam estabilidade. Dentre os entrevistados, 46,4% acreditam em estabilidade para o próximo mês; outros 29,8% dos agentes acreditam em queda e os demais 23,8% esperam alta nos preços em agosto.
Fonte: Diário do Comércio