O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio de Minas Gerais encerrou agosto com queda de 0,29%, terceira retração consecutiva. Com o resultado negativo, a renda do setor no Estado, estimada para o ano, é de R$ 164,152 bilhões. Apesar da queda mensal, o resultado no acumulado do ano ainda é positivo, com o PIB crescendo 0,65%, frente ao ano anterior. Do valor total, a estimativa é que R$ 88,31 bilhões ou 53,8% sejam oriundos da atividade pecuária e o restante R$ 75,834 bilhões (46,2%), da agricultura.
Todos os segmentos que compõem o PIB apresentaram retração no mês: 0,6% para insumos, 0,42% para básico, 0,08% para indústria e 0,22% para serviços. No ano, apenas o de insumos apresenta queda, de 1,02%. Já para básico, indústria e distribuição, a projeção mostra avanço de 0,73%, 0,54% e 0,94%, respectivamente.
O PIB da produção agrícola apresentou retração de 0,1% em agosto, porém, manteve o crescimento de 0,06% no acumulado do ano até agosto. O resultado reflete as elevações anuais observadas nos segmentos de básico (1,84%) e serviços (0,04%), além da queda acumulada na indústria (0,45%) e no segmento de insumos (2,3%). Em agosto, apenas o setor de insumos apresentou elevação, 0,83%. Os demais setores, básico, indústria e serviços, retraíram 0,16%, 0,15% e 0,15% respectivamente.
No segmento básico, a cotação média e a produção para o conjunto das atividades agrícolas apresentaram crescimento de 1,77% e 0,28%, respectivamente, com relação ao mesmo período do ano anterior. Dentre os produtos acompanhados em Minas Gerais, tiveram aumento de faturamento no acompanhamento até agosto o café (2,96%), feijão (30,13%), batata-inglesa (22,15%), laranja (6,63%) e banana (6,79%).
De acordo com os dados do levantamento, o café, produto de maior representatividade na agricultura mineira, a expectativa é de uma colheita neste ano cerca de 2% menor que a do ano passado. Já em relação aos preços, a elevação verificada foi de 4,93% na comparação com agosto de 2014.
As demais culturas mineiras analisadas recuaram em faturamento, como o milho (6,62%), soja (1,98%), cana-de-açúcar (0,18%), carvão vegetal (22,90%), mandioca (43,21%), tomate (3,75%), algodão (12,52%) e arroz (38,49%).
No caso do milho, a redução do faturamento foi influenciada pela queda de 1,46% na produção e de 5,23% no preço. A desvalorização de 6,8% na cotação da soja justificam a retração do faturamento.
Pecuária
No setor pecuário, cuja participação na composição do PIB do agronegócio foi estimada em R$ 88,31 bilhões, o levantamento apontou crescimento de 1,22% no ano, com altas registradas nos segmentos básico (1,24%), serviços (1,27%), indústria (1,35%) e insumos (0,7%).
Em agosto, a atividade recuou 0,45%, devido às influências negativas provenientes dos setores de insumo, que retraiu 1,69%, seguido pelo básico (0,68%) e de serviços, 0,28%. No período, somente a indústria apresentou alta, 0,22%. Com queda de 0,5% no mês, o segmento primário da pecuária encerrou agosto com o preço médio ponderado 4,89% maior que no mesmo período de 2014 e retração de 3,15% na expectativa de produção para o ano.
O faturamento das vacas subiu 12,97% influenciado pela valorização de 15,47% nos preços e queda de 2,16% na produção. O segmento frangos apresentou evolução positiva em faturamento de 7,45%, a produção cresceu 6,5% e os preços 0,89%. Apresentaram retração bois (1,09%), leite (5,4%), ovos (3,03%) e suínos 5,66%.
O PIB do agronegócio mineiro é estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio financeiro do Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Diário do Comércio