O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio de Minas Gerais cresceu 0,13% em abril, após recuo de 0,15% em março. O resultado mensal elevou o índice do primeiro quadrimestre para 0,86%. Com base nos resultados de abril, a receita do agronegócio mineiro para 2015 foi calculada em R$ 161,940 bilhões. Desse valor, R$ 74,544 bilhões (46,44%) serão resultantes da agricultura e R$ 87,396 bilhões, 53,51%, da pecuária. A participação mineira na formação do PIB nacional do agronegócio deve subir de 13,13% em 2014 para 13,30% neste exercício.
Os dados foram levantados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), com o apoio financeiro do SISTEMA FAEMG e da Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Segundo a coordenadora da Assessoria Técnica da Faemg, Aline Veloso, o resultado positivo observado no quarto mês do ano ocorreu após a valorização de produtos e pela variação cambial, que favoreceu a comercialização de vários itens. “O agronegócio voltou a crescer em abril com o aumento do faturamento em algumas culturas. Ainda que haja preocupação com o cenário atual adverso da economia brasileira, o setor vem mostrando desempenho melhor e sustentando a economia brasileira”, ressalta.
Nos segmentos da atividade agropecuária do Estado, foi registrada alta de 0,62% em insumos, 0,21% no básico e 0,09% em serviços. Somente indústria fechou o mês com recuo de 0,06%.
Pecuária
Como nos demais meses, a pecuária continuou com maior representatividade na composição do PIB do agronegócio mineiro, 53,51%, e renda estimada em R$ 87,396 bilhões. Ao longo de abril, o PIB do segmento evoluiu 0,21% e no acumulado, de 1,62%. No mês, todos as áreas apresentaram alta, com insumos encerrando com elevação de 0,30%, básico, 0,18%, indústria, 0,31% e serviços, 0,22%.
A alta do segmento básico teve como impulso a elevação na cotação do boi gordo, que ficou 1,27% maior no mês, seguido pela valorização de vacas, 19,74% e leite, 5,35%, devido à abertura de novos mercados. Entretanto, houve queda nos preços dos ovos, 1,71%, frango, 3,98% e suínos, 4,04%.
Café é destaque na agricultura
Após a retração de 0,77% em março, o PIB gerado pela agricultura voltou a apresentar resultado favorável, encerrando o mês com crescimento de 0,04%. Porém, no primeiro quadrimestre o índice ainda é negativo, com retração de 0,02%. Em 2015 o setor deve movimentar R$ 87,396 bilhões.
O resultado mensal teve como influência os aumentos nos segmentos de insumos (1,04%) e básico (0,3%). Nos demais segmentos foram registradas quedas, com indústria retraindo 0,06% e serviços, 0,09%.
De acordo com a coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso, o segmento de insumos vem se recuperando nos últimos meses, apesar da queda nas vendas de fertilizantes e corretivos de solo no Estado.
“O segmento de insumos vem crescendo devido ao aumento dos preços, principalmente dos fertilizantes e corretivos de solo, que foram impulsionados pela desvalorização do real frente ao dólar. Isso significa que os produtores estão investindo menos e os reflexos serão sentidos na safra 2015/16”, avalia.
Também contribuiu para o crescimento em abril o aumento do faturamento de importantes produtos do agronegócio estadual. Somente no café a valorização chegou a 16,93%, seguido pela batata (7,04%), laranja (6,37%), banana (8,11%), feijão (26,6%) e cana-de-açúcar (1,48%).
No mês de abril foram registradas algumas retrações de preços, como na cultura da soja (4,3%), milho (2,77%), carvão vegetal (21,87%), mandioca (46,04%), tomate (19,46%), algodão (23,58%) e arroz (33,09%).
“Vale ressaltar que no caso da soja e do milho alguns fatores, como a maior formação de estoque por parte dos compradores, a concorrência com safras internacionais e a variação cambial, contribuíram para o resultado. Já a crise vivenciada pelo setor siderúrgico reduziu a demanda e, conseqüentemente, os preços pagos pelo carvão vegetal, impactando nos resultados da silvicultura”, comenta Aline.