Pecuaristas que sofreram prejuízos com as pastagens por causa das fortes chuvas que caíram no estado no final de 2011 e no início deste ano devem recuperar as áreas com a adoção de técnicas adequadas. As chuvas podem ter provocado danos especialmente em pastagens que já apresentavam algum problema de manejo, com cobertura vegetal reduzida e solo exposto.
Segundo o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Domingos Sávio Queiroz, se o pasto já se encontra degradado, somente a reforma e o manejo correto, ajustando a carga animal à capacidade de crescimento da forrageira, podem reduzir o avanço do quadro de degradação. As opções de reforma podem ser pela recuperação direta, com um novo plantio, ou por meio da integração lavoura/pecuária. A associação com outra cultura, como o milho, por exemplo, reduz total ou parcialmente o custo da recuperação do pasto.
“Já a capacidade de produção da área de pastagem pode ser influenciada, por meio da adubação. Dependendo da quantidade de adubo, os pastos podem suportar altas cargas, até 8 animais por hectare, durante o período quente e chuvoso do ano”, explica o pesquisador.
Um dos principais problemas de manejo em pastagens é a sobrecarga na capacidade de suporte. Como explica o pesquisador da Epamig, isso ocorre quando o produtor coloca uma quantidade de animais por área incompatível ao ritmo de crescimento da forrageira, diminuindo a cobertura vegetal do solo. As consequências da exposição destas áreas ao volume intenso e concentrado de chuvas são a compactação do solo, reduzindo a infiltração da água e provocando a erosão.
“A erosão ocorre de duas formas: a laminar, que remove a camada superficial do solo, leva a parte mais fértil do solo, intensificando o processo de degradação do pasto e assoreando os cursos d’água. Outro tipo de erosão são as voçorocas, que são grandes buracos provocados pelas águas que escorrem na forma de enxurradas. As voçorocas resultam em dano mais visível que a erosão laminar, mas ambos são muito danosos ao ecossistema das pastagens”, explica.
Outro problema enfrentado pelos pecuaristas, no final do ano, foi o ataque intenso de cigarrinhas-das-pastagens em todo o Estado. “As cigarrinhas são um grande problema associado à degradação, pois comprometem a produção dos pastos no início das chuvas, quando o produtor não tem mais reservas de forragem, criando um círculo vicioso de superpastejo e o agravamento do quadro de degradação”.
O pecuarista também deve se preocupar em preparar uma reserva de forragem (silagem de milho, feno, cana-de-açúcar ou outra fonte de alimentação para o rebanho) para o período em que o pasto cresce pouco, seja por baixas temperaturas ou falta de chuvas, como ocorre no inverno. “É a falta dessa reserva que, normalmente, leva ao superpastejo das áreas no inverno, agravando o quadro de degradação”, alerta.
Assessoria de Comunicação – Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais