Uma série de atividades no mundo deve marcar a data de 14 de abril, quando se comemora o Dia Internacional do Café. No Brasil, o período é de alerta para o produtor que sofreu impactos com a crise hídrica de 2014, a queda da safra e o aumento dos custos de produção.
Em 2015 o cenário é diferenciado, pois a longa estiagem registrada em 2014 e a deficiência dos tratos culturais, decorrentes do clima seco, trouxeram consequências para as lavouras.
Em Minas Gerais, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a safra de 2015 está estimada em 23,341 milhões de sacas. Apesar do impacto da seca, a produtividade por hectare se manteve em alta, 23,97 sacas de café por hectare e 5,36% acima da safra anterior.
Sudoeste
A região que agrega a produção de café do Sul e Centro-oeste do Estado é responsável por quase 50% da sua produção. Nessa região, a estimativa para a safra de 2015 é de 45% da produção do Estado e 10,441 milhões de sacas. Conforme dados da Conab a retração esperada para a região é de 3,36%, em relação à safra anterior.
Nas três grandes cooperativas que atuam na região – Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores em Guaxupé); Cooparaíso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso) e Coocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas) – além da queda na produção, outros fatores são preocupantes como o custo de produção. Segundo o gerente da Cooxupé Mário Ferraz, os impactos do aumento da energia elétrica são um alerta para o período de colheita, como também as questões que envolvem o abastecimento. A falta de energia no pós-colheita, quando se prepara os grãos, poderá trazer graves problemas para o setor. Como prevenção, durante a Femagri (Feira Agrícola) a cooperativa viabilizou a venda de geradores para os seus associados. Outra forma de preparação é através da educação rural. Em parceria com o Senar Minas a cooperativa proporcionou a realização de vários cursos, entre eles o de custos de produção. “Essa formação ajudará o cafeicultor a trabalhar sua planilha de custos de maneira mais eficaz”, alertou Mário.
Parceria SENAR
Em busca de produtos de qualidade e de competências para o enfrentamento de crises, as cooperativas mantém convênio com o Senar para a formação de seus associados. Na área da cafeicultura são 11 cursos específicos, além de outros mais como: aplicação de agrotóxicos, mecanização agrícola, colhedoras, roçadeira, derriçadora, podadora, administração rural, entre outros, que estão ligados à produção do café.
Para o agente de educação cooperativista da Cooparaíso, Ilson José Aparecido, os cursos realizados em parceria com o Senar preparam os cafeicultores para tomadas de decisões. “Ele saberá qual o impacto da seca na qualidade do seu café e saberá se preparar logisticamente e comercialmente para vender a sua produção”. Ainda segundo o agente, os cursos são importantíssimos para deixar o produtor mais orientado e consciente das decisões a serem tomadas.