O clima adequado e o ano de bienalidade positiva permitiram que Minas Gerais colhesse uma safra recorde de café em 2016. Ao todo, a produção alcançou 30,72 milhões de sacas de 60 quilos, volume que, em comparação com a safra 2015, representa avanço de 37,8%. A alta foi pautada, principalmente, pela expansão nas regiões Sul e Cerrado.
A safra mineira responde por 59,8% do volume total colhido no Brasil, que em 2016 foi de 51,37 milhões de sacas. Os dados são do quarto e último Levantamento da Safra de Café 2016, elaborado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado ontem.
De acordo com o relatório, das 30,72 milhões de sacas colhidas na atual safra em Minas Gerais, 30,42 milhões de sacas são de café arábica e 296,2 mil sacas são de conilon.
“Em 2016 ocorreu tudo bem com a safra de café em Minas Gerais e registramos uma produtividade muito boa. Ano que vem vai ser mais diferente pela bienalidade negativa e pelas lavouras estarem comprometidas e, por isso, não vão produzir com todo potencial”, explicou o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da FAEMG e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita.
Em Minas, segundo os dados do relatório da Conab, a área total de café em produção totalizou 1 milhão de hectares, 4,2%¨superior em comparação à safra passada. Já a produtividade média do Estado foi de 30,44 sacas por hectare, aumento de 32,2% frente ao volume obtido na safra 2015, que foi severamente prejudicada pela estiagem.
Dentre as regiões produtivas do Estado, a região Sul colheu 16,62 milhões de sacas de café, confirmando as expectativas iniciais de um novo recorde de produção. O volume ficou 8,35% superior ao levantamento anterior, que previa uma colheita de 15,34 milhões de sacas e 53,84% maior em relação a 2015, quando alcançou 10,8 milhões de sacas. O volume superou em 20,6¨o recorde anterior de produção alcançado na safra 2012, quando foram colhidas de 13,79 milhões de sacas.
Ainda na região Sul, a produtividade média da safra 2016 ficou 8,19%maior em relação ao último levantamento, passando para 31,72 sacas por hectare, e 40,29% acima do resultado alcançado em 2015. Segundo a Conab, além da produção maior, em termos de qualidade os resultados também foram positivos. Os cafeicultores do Sul de Minas colheram grãos bem formados, pesados, mais graúdos, com percentual maior de peneira alta, bebida boa e preços remuneradores e relativamente estáveis mesmo no pico da colheita.
Alta produção também foi verificada no Cerrado, onde a colheita somou 7,4 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa um aumento de 74,86% em relação à safra anterior.
A produtividade média apresentou um incremento de 62,96%, passando de 24,81 sacas de 60 2quilos por hectare em 2015, para 40,43 sacas em 2016. A área de café em produção cresceu 7,3% somando 208,5 mil hectares.
Outras regiões
Já na região das Matas de Minas, a produção de café recuou 8% frente à safra anterior, devido ao período de bienalidade negativa. Ao todo foram colhidas 6 milhões de sacas.
A área em produção está estimada em 269,59 mil hectares, decréscimo de 6,2% em relação à safra 2015. A produtividade média ficou em 22,6 sacas por hectare, 1,9% menor em comparação com a safra passada.
Nas regiões Norte, Jequitinhonha e Mucuri a produção alcançou 612,8 mil sacas, variação negativa de 6,04% em relação à safra 2015. Contribuiu para a redução da produção as condições climáticas desfavoráveis para a agricultura.
De acordo com a Conab, até mesmo as áreas irrigadas foram prejudicadas, uma vez que a disponibilidade hídrica foi insuficiente. A situação foi considerada extrema em alguns municípios como em Taiobeiras, no Norte, onde, do total de 755 hectares de lavouras em produção, 305 hectares deixaram de ser irrigados e deixarão de produzir.
A área em produção nas três regiões somou 32,59 mil hectares permanecendo praticamente estável em relação a 2015. A produtividade média, 18,8 sacas por hectare, caiu 5,34% em comparação com a safra anterior.
Diário do Comércio