Pequenos municípios veem no turismo rural alternativa para gerar emprego e renda
Belezas naturais, culinária diversificada, opções de hospedagem em fazendas centenárias, muito verde e tranqüilidade. Esses são alguns dos atrativos que impulsionam o turismo rural em Minas Gerais, sobretudo em períodos de férias ou feriados prolongados. A modalidade, que começou a ser explorada no Estado nos anos 1980 como uma atividade econômica, busca permitir um contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições locais, através da hospitalidade em ambiente rural e familiar.
Esse deslocamento para áreas rurais em busca de lazer passou a ser encarado com profissionalismo quando algumas propriedades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, devido às dificuldades econômicas do setor agropecuário, resolveram diversificar suas atividades e passaram a receber turistas. Para Minas Gerais, um Estado com vastas áreas rurais com grande potencial turístico, a ideia se mostrou uma oportunidade a ser levada a sério.
De acordo com a Secretaria de Estado do Turismo (Setur), o turismo rural pode ser explicado, principalmente, por duas razões: a necessidade que o produtor rural tem de aumentar sua fonte de renda e de agregar valor aos seus produtos e a vontade dos moradores urbanos de encontrar e reencontrar raízes, de conviver com a natureza, com os modos de vida, tradições, costumes e com as formas de produção das populações do interior.
Dados divulgados recentemente pela Setur revelam que, em 2011, os visitantes que vieram a Minas Gerais com esta motivação tiveram gasto individual aproximado de R$ 516, o que coloca o turismo rural como a segunda modalidade que mais registra investimentos do turista, atrás somente do turismo de negócios, no Estado.
“O turismo rural é uma boa opção para as férias que atende muito ao perfil familiar, ao conjugar lazer para pais e filhos por meio de experiências e vivências, o que é peculiar nas fazendas. Os turistas têm buscado essa originalidade, este contato com a terra. Trata-se de um nicho do turismo que Minas sabe oferecer bem, em função da ruralidade que também caracteriza o Estado. É um diferencial do sol e mar para as férias”, destaca a secretária-adjunta de Estado de Turismo, Silvana Nascimento.
Para ampliar o potencial mineiro no turismo rural, a Associação Mineira de Empresas de Turismo Rural (Ametur) planeja, para 2013, investir em divulgação e realizar cursos de capacitação de profissionais para atuar no segmento, além de definir ações em busca da melhoria da infraestrutura de acesso aos empreendimentos ligados ao setor, o que estimulará e facilitará ainda mais o deslocamento dos viajantes. “Os turistas estão cada vez mais exigentes e os empreendimentos ligados ao turismo rural precisam estar preparados para acompanhar as evoluções do setor”, observa a presidente da entidade, Suzana Paiva.
Para quem opta por esta modalidade, não faltam opções em Minas. Um guia sobre o setor organizado pela Ametur mostra 65 destinos, dentre fazendas e pousadas tradicionais, além de manifestações culturais e calendário de eventos, que também atraem os visitantes. Suzana Paiva destaca que, embora nos últimos anos muitos brasileiros tenham preferido viajar para o exterior em virtude da desvalorização do dólar, o turismo rural permanece ativo e relevante em Minas Gerais.
Segundo ela, o Estado possui mais de 400 fazendas que prestam este tipo de serviço e um incrível potencial a ser explorado. “Minas Gerais tem a vantagem de oferecer coisas maravilhosas, como as belezas naturais e a rica e diversificada culinária. Além disso, o mineiro sabe receber e tem carinho com o viajante, o que é muito importante”, afirma.
Crescimento – Segundo levantamento da Setur, o crescimento do turismo mineiro supera a média nacional. Em 2011 o número de hotéis e pousadas que em 2010 chegava a 55,8 mil estabelecimentos teve aumento de 5,8%. O índice superou a média nacional que foi de 5,1%.
Por outro lado, mineiros viajando pelo Estado representam 61% do fluxo total dos visitantes. Na seqüência, destacam-se visitantes de São Paulo (16,5%) e Rio de Janeiro (7,7%). Bahia e Espírito Santo estão empatados com 1,7% do fluxo de turistas. O levantamento também aponta que 88% dos entrevistados afirmaram que a viagem em Minas Gerais superou ou atendeu às expectativas, enquanto que esse percentual era de 84,4% em 2010. As informações são da Agência Minas.
Fonte: Diario do Comercio