Responsáveis por 55,98% da demanda de água em Minas Gerais, os sistemas de irrigação representam mais do dobro do consumo humano (21,82%) e operam a um ritmo quatro vezes superior ao das necessidades da indústria (13,34%), segundo informações da Semad (ecretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). Para orientar o produtor rural, diante dos prejuízos que a agricultura irrigada está sofrendo, a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) recomenda equipamentos 50% mais econômicos.
A irrigação localizada é considerada a mais adequada, de acordo com a instituição. “Ela é indicada nas áreas de produção de hortaliças, frutas e café”, explica João Carlos Guimarães, coordenador técnico estadual de Irrigação e Recursos Hídricos da Emater-MG. O produtor pode optar tanto pelo gotejamento quanto pela microaspersão.
O sistema mais econômico é aplicado ao pé da planta e usa água em pequenas quantidades. “Se o gotejamento for a opção, a água é disponibilizada por intermédio de mangueiras, com pequenos furos que ficam espaçadas pela lavoura, junto às fileiras de plantas”, destaca João Carlos. Segundo o especialista, a economia chega a 50% em relação aos métodos convencionais. Quando a alternativa escolhida for a dos microaspersores, o produtor poderá reduz a quantidade de água usada entre 25% e 30%.
Para os agricultores, no entanto, adotar esse sistema pode ser mais caro. “O método custa em média R$ 12 mil por hectare, mas compensa porque, dependendo da cultura com que se trabalha, há rendimento de valor”, afirma o especialista da Emater-MG. De acordo com o analista de agronegócio da Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, há também o desperdício. “É preciso ser consciente. Cada produtor tem o seu limite de uso da água, mas o agronegócio ainda não está preparado para um racionamento”, diz.
Descarga elétrica Fenômeno geralmente associado às tempestades, os raios de luz são descargas atmosféricas com impactos às vezes drásticos, como o ocorrido em 31 de janeiro na Fazenda Feliciano Campos, localizada em Alto Rio Doce, distante 45 quilômetros de Barbacena, na Região Central de Minas. Descarga elétrica, que ocorre entre nuvens ou entre nuvem e solo, atingiu e provocou a morte de 10 novilhas da raça nelore que dariam cria em maio próximo. Um touro também foi atingido.
Nas estimativas do administrador da fazenda, Luiz Antônio de Almeida Carvalho, o prejuízo se aproxima de R$ 35 mil, num momento em que os proprietários iniciavam um processo de recria. O caso assustou e surpreendeu na região, em que não há histórico de fenômenos como o ocorrido. A situação enfrentada em Alto Rio Doce serve de alerta para os produtores rurais tentarem proteger as propriedades.
Cartilha de orientações editada pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) recomenda a presença de um profissional especializado para analisar medidas de proteção da rede de baixa tensão. Para-raios instalados nas edificações têm como objetivo escoar a descarga elétrica para a terra. O aterramento – fio terra que é ligado às hastes metálicas fincadas no solo serve para escoar a eletricidade que acidentalmente atinge os equipamentos ou a instalação, como raios, sobretensão e curto-circuito.
Ao erguer cercas de arames, os produtores devem instalar isoladores (seccionadores) e aterrar os arames. Se algum fio elétrico cair sobre a cerca, o aterramento escoará a energia para a terra. Naquelas situações de reforma de cercas em divisas de terrenos e piquetes debaixo das redes de energia elétrica, os seccionamentos não devem ser eliminados. Eles atuam na proteção contra choques, ocorrência de queda de cabo energizado e descarga atmosférica.
Jornal O Estado de Minas