A confirmação de novos casos de mormo em Minas Gerais e em outros estados brasileiros tem deixado os técnicos do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) em alerta. Somente neste ano já foram confirmados dois casos da doença no Estado e uma suspeita ainda está sob análise. A grande preocupação se deve ao mormo ser fatal em eqüídeos e transmissível ao homem.
Com o início da temporada de eventos agropecuários, a recomendação do IMA é de que os proprietários realizem testes laboratoriais nos animais que irão participar dos eventos das exposições e evitem as feiras e encontros onde não são exigidos as documentações recomendadas pelo Instituto, como a GTA (Guia de Transporte Animal), e que não sejam autorizados pelos organismos de saúde animal.
Para os eventos fiscalizados, é importante a apresentação dos documentos e que os animais não usem cochos de água e alimentação coletivos, o que evita a contaminação.
O mormo é transmitido por secreções de animais doentes, especialmente a nasal e o pus dos abscessos, que contaminam o ambiente e, principalmente, comedouros e bebedouros. A bactéria também pode penetrar a pele e mucosas, necessitando de cuidados especiais com esporas, freios e arreios. A doença infectocontagiosa é fatal para os eqüídeos. No homem, os pulmões são os órgãos mais atingidos pela patologia que, se não for diagnosticada em fases iniciais, pode levar à morte.
Diagnóstico – De acordo com a fiscal agropecuária, médica veterinária e coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Equídea, administrado pelo IMA, Valéria de Andrade Almeida, em regiões onde foram confirmados ou existem casos suspeitos do mormo é necessário que os animais que transitam pela região realizem o teste de fixação do complemento, exame que é capaz de diagnosticar variadas infecções nos animais, inclusive a presença da bactéria que causa a doença.
Em Minas Gerais já foram confirmados casos da doença. Em 2012, foram identificados cinco focos, totalizando nove animais sacrificados. A doença foi identificada em fazendas dos municípios de Varzelândia, no Norte de Minas, onde foram confirmados dois casos da doença, e em Montes Claros, com um diagnóstico confirmado. Também foram identificados casos em Araguari e Engenheiro Caldas.
Neste ano foram confirmados mais dois focos da doença, sendo um em Varzelândia e outro em São José da Varginha, na região Central. Atualmente existe um caso em análise, onde o animal passará pelo exame de confirmação, chamado “teste de maleína”.
“Assim que o exame identifica a suspeita da doença, a unidade é interditada, inclusive proibindo o transporte, e o exame repetido no animal doente, que fica isolado dos demais. Caso ocorra a confirmação, o equídeo é sacrificado e os demais presentes na unidade são submetidos duas vezes ao teste de fixação do complemento em um intervalo de 45 a 60 dias. Caso os dois exames não confirmem mais casos da doença, a unidade é liberada, mas se confirmado todo o processo é repetido”, observa a técnica do IMA.
Segundo o IMA, a prevenção e o controle da doença do mormo dependem de um programa de detecção precoce e a eliminação dos animais positivos, quarentenas eficazes e completa limpeza e desinfecção das áreas onde ocorreram os surtos.
As carcaças de animais infectados devem ser queimadas e enterradas. Além disso, todos os materiais descartáveis das instalações onde o animal infectado estava presente (alimentação e cama de baia) devem ser queimados ou enterrados e os veículos e equipamentos devem ser cuidadosamente desinfetados.
Além de Minas Gerais, já foram registradas ocorrências do mormo no Ceará e em Araçariguama, no interior de São Paulo, além de duas suspeitas em Avaré, também no Estado paulista.
Fonte: Diário do Comercio