A receita bruta estimada para as lavouras dos Cafés do Brasil, neste ano de 2021, totaliza R$ 33,51 bilhões, montante que teve como base de cálculo e referência os preços médios recebidos pelos produtores de janeiro a junho deste ano. Neste contexto, o faturamento dos cafés da espécie arábica foi calculado em R$ 26,29 bilhões, valor que corresponde a 78,5% do total, e, em complemento, a receita dos cafés conilon, foi estimada em R$ 7,21 bilhões, valor equivalente a 21,5% da receita total.
Como a cafeicultura brasileira é produzida em dezesseis estados da Federação, nas cinco regiões geográficas do País, merece destaque que a Região Sudeste, maior produtora de cafés no País, teve a sua receita das lavouras cafeeiras estimada em R$ 29,19 bilhões, faturamento que corresponde a 87,1% do total nacional.
Na segunda colocação, vem a Região Nordeste, com faturamento previsto de R$ 2,19 bilhões, o qual equivale a 6,5% do total nacional. E, na sequência, vem a Região Norte, com R$ 1,17 bilhão (3,4%); em quarta posição, a Região Sul, cuja receita está calculada em 683,84 milhões (2%). E, finalmente, no quinto lugar desse ranking, está a Região Centro-Oeste, que teve o seu Valor Bruto da Produção das lavouras cafeeiras calculado para o presente ano-cafeeiro em R$ 264,37 milhões (menos de 1%).
Dessa forma, convém destacar, ainda, que esta performance das receitas das lavouras cafeeiras, apuradas no mês de junho deste ano, posiciona o café (com R$ 33,50 bilhões) no quarto lugar do ranking do VBP total das lavouras do nosso País, neste ano em curso. Assim, as três culturas de maior faturamento são a soja, milho e cana-de-açúcar, as quais tiveram as suas receitas brutas estimadas, respectivamente, nos seguintes montantes: R$ 362,39 bilhões, R$ 131,47 bilhões e R$ 82,68 bilhões.
Tais números e dados do VBP são produzidos e divulgados mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, com base na estimativa do faturamento de 17 lavouras apuradas que serão responsáveis, no caso, neste ano de 2021, pelo faturamento bruto total estimado de R$ 753,19 bilhões. O estudo, ora em destaque, está disponível na íntegra, assim como as suas demais edições, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Na comparação com 2020, cujo faturamento exclusivamente das lavouras foi de R$ 661,61 bilhões, a receita total de 2021 deverá ter um aumento em torno de 13,8%. Nesse caso, os maiores destaques, em termos de crescimento, serão para o arroz (aumento de 3,8%), cana-de-açúcar (2,3%), milho (15,7%), soja (30,2%) e trigo (34,6%), os quais irão responder por 80,8% do VBP das lavouras.
Entretanto, em relação ao café, como seu VBP foi de R$ 40,06 bilhões, em 2020, constata-se que houve uma redução do faturamento de 16,3% em 2021, em decorrência principalmente da bienalidade negativa, fenômeno que alterna uma safra de café maior com outra menor, no ano seguinte, além da ocorrência de estiagem nas principais regiões produtoras do País.
Calculo do VBP – Conforme consta dos dados deste estudo da SPA/Mapa, vale ressaltar também que o VBP do café é calculado com base na safra anual estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e nos preços médios recebidos pelos produtores, os quais têm como fonte dados da Fundação Getúlio Vargas – FGV e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, da Universidade de São Paulo – USP. E, ainda, que os preços de café utilizados para calcular o VBP referem-se ao café arábica tipo 6, bebida dura para melhor e café robusta tipo 6, peneira 13 acima, com 86 defeitos.
Fonte: Embrapa