A suspensão do pagamento das parcelas de crédito rural da cafeicultura por um período de 90 dias tem sido defendida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) para remediar a crise de endividamento dos produtores de café.
Durante reunião no Ministério da Agricultura na tarde de ontem (3/10), o diretor da FAEMG e presidente das comissões de Café da FAEMG e da CNA, Breno Mesquita, reforçou a solicitação feita no início da semana pela presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, em ofício ao Governo Federal. “Esperamos que, ao contrário do que aconteceu com os recursos do Funcafé e o Programa de Opções, o Governo seja mais ágil na resposta sobre a aprovação desta suspensão de todas as dívidas do café por 90 dias”, disse.
Segundo ele, a maior preocupação do setor, neste momento, é que existem vários vencimentos na primeira semana de outubro: “É de interesse do produtor honrar suas dívidas, mas para isso é preciso que haja renda, coisa que hoje não existe na cafeicultura brasileira”.
O cenário é de crise, marcada por baixos preços do café ao produtor. Nos últimos 18 meses, o preço da saca de café arábica recuou em torno de 40%. Em Minas Gerais, estado responsável por mais da metade da produção brasileira e cerca de 20% do total mundial, o atual valor de mercado da saca de 60 kg está cotada em R$ 250, valor bastante abaixo dos custos de produção, que varia de R$ 340 a R$390 nas regiões montanhosas.
Segundo Breno Mesquita, o prazo de 90 dias foi solicitado para que seja realizado um estudo bastante completo do setor, subsidiando a proposição de soluções concretas e geração de renda para a atividade.
Fonte: FAEMG