O SISTEMA FAEMG vem informar sobre o surto de tripanossomose bovina, causada pelo Trypanosoma vivax – protozoário que ataca a corrente sanguínea do animal e rouba os nutrientes. Como consequência, o animal para de se alimentar, fica anêmico e perde peso rapidamente, podendo morrer em até cinco dias. Em Minas Gerais, já estão sendo registrados casos de surto desta doença. A ocorrência mais recente foi na região central do estado, onde cerca de 500 animais morreram. O fato tem tirado o sono dos produtores, devido à proporção do prejuízo que a doença tem causado nos rebanhos infectados. Além da preocupação com uma possível expansão do surto para outras regiões, produtores alegam que o enfrentamento à doença se torna mais difícil porque o medicamento eficaz no combate ao protozoário não pode ser comercializado no país. Porém, segundo dados do setor de Fiscalização de Insumos Pecuários da Superintendência Federal de Agricultura de Minas Gerais (SFA-MG), a importação de grandes quantidades do medicamento está limitada a ocasiões específicas – como pesquisas científicas e programas especiais de defesa animal. Para pessoas físicas, a importação é autorizada em pequenas quantidades. No caso dos produtores mineiros, que são em sua maioria pessoas físicas, que querem comprar grandes quantidades por meio de estabelecimentos agropecuários e cooperativas, é necessário formalizar o pedido junto ao Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, na Coordenação de Produtos Veterinários, na sede do MAPA, em Brasília.
Envio coletivo
Visando dar celeridade no processo de petição para a importação junto ao MAPA, pedimos aos produtores, sindicatos rurais, estabelecimentos agropecuários e/ou cooperativas, que enviem a documentação necessária (ofício e laudo dos RT’s) à FAEMG, que as reunirá e fará o encaminhamento coletivo ao Ministério. Neste ofício, as entidades deverão contextualizar o problema ocorrido em sua região, descrevendo a urgência na importação do medicamento, e os prejuízos causados aos produtores caso ele não seja importado nos próximos dias. A documentação deverá incluir ainda o laudo técnico, formulado por Médicos Veterinários (RT – responsáveis técnicos) de suas regiões, com uma coletânea de receituários (laudos veterinários) e contextualização dos seguintes detalhes:
• Citar a gravidade da doença nos rebanhos mineiros (prejuízos causados aos produtores);
• Citar qual é a região (municípios) que possui animais enfermos que necessita ser tratado;
• Mensurar quantos animais precisarão ser tratados;
• Mensurar a quantidade do medicamento a ser utilizado;
• Quantificar quantos frascos do medicamento deverá ser importado;
• Quantificar o período de tratamento;
• Adicionar informações pontuais que ajudaria na importação do medicamento;
• Citar qual é a região (municípios) que possui animais enfermos que necessita ser tratado;
• Mensurar quantos animais precisarão ser tratados;
• Mensurar a quantidade do medicamento a ser utilizado;
• Quantificar quantos frascos do medicamento deverá ser importado;
• Quantificar o período de tratamento;
• Adicionar informações pontuais que ajudaria na importação do medicamento;
Pedimos celeridade na difusão dessas recomendações junto ao maior número possível de produtores rurais em sua região, e no envio da documentação solicitada à FAEMG. Quanto mais brevemente pudemos tomar as providências, mais agilidade e eficiência teremos para combater o problema.
Grupo de trabalho
FAEMG, IMA, UFMG e CRMV estão formando uma força tarefa para atuar no diagnóstico da tripanossomose no estado. Na última semana, a FAEMG havia emitido comunicado urgente solicitando a atenção dos produtores mineiros para o registro oficial dos casos, e está mobilizando uma rede de informação mapeada e confiável com seus 384 Sindicatos Rurais. Além disso, a Federação está orientando os produtores para boas práticas, a fim de reduzir a propagação da doença. A tripanossomose é transmitida pela chamada “mosca do estábulo” e, principalmente pela reutilização de agulhas não esterilizadas: “É preciso que o produtor esteja alerta para o manejo correto, com aumento da higiene no curral (especialmente considerando-se o início do período chuvoso, em que aumenta a proliferação de moscas) e descarte das agulhas, animal por animal”. Na pior hipótese, se houver necessidade de reutilização, as agulhas precisarão ser muito bem esterilizadas após cada animal, evitando o contágio.
“Recomendamos ainda que o produtor faça exames laboratoriais periódicos de todo o seu rebanho, facilitando a identificação da doença antes mesmo da manifestação dos sintomas”, explica Wallisson Fonseca.
Fonte: FAEMG