A variação positiva de 37,5% no preço recebido pelo produtor mineiro pela batata e a redução de 10,77% para a carne suína foram os destaques do relatório de acompanhamento do IPR/MG feito pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) em setembro. A entidade divulgou em seu site os indicadores do mês na tarde dessa quarta-feira (10/10).
O coordenador da assessoria técnica da FAEMG, Pierre Vilela explica que, para a batata, o aumento reflete uma contínua recuperação do produto, após a acentuada queda de preços registrada em 2011. “Ano passado, tivemos excesso de oferta do produto, o que fez os preços despencarem. Em função desta queda, produtores ficaram desmotivados e reduziram sua produção nas primeiras safras de 2012, puxando a recuperação nos preços. Então essa variação não representa aumento, e sim o retorno dos preços aos patamares normais”. No acumulado do ano, a variação do IPR para a batata foi de 168,10%, e no total dos últimos 12 meses, o aumento foi de 235,79%.
No caso dos suínos, a variação negativa também é considerada normal pelo analista, já que é comum para setembro e outubro o aumento da oferta de bovino de confinamento, concorrendo com outras carnes.
A relativa estabilidade de preços dos demais produtos analisados resultou na pequena variação positiva do IPR/MG de setembro na ordem de 1,04%. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o comportamento é de preços decrescentes ao produtor, o que, segundo Pierre Vilela, demonstra que o produtor rural não tem sido responsável por pressões inflacionárias.
Outros indicadores – Os relatórios do Valor Bruto da Produção agropecuária mineira (VBP) e da Balança Comercial do Agronegócio também compõem o pacote de indicadores mensais divulgados hoje pela FAEMG.
O agravamento da crise econômica resultou na queda das exportações do agronegócio mineiro em faturamento (-13%) e em volume (-31%), entre janeiro e setembro em comparação com o mesmo período de 2011. Já as importações subiram 219% em faturamento e 78% em volume, puxadas principalmente por insumos, como adubos e agrotóxicos. O saldo do agronegócio (exportações menos importações) registrou retração de -44% na comparação entre os dois períodos, passando de pouco mais de US$ 4,4 bilhões para cerca de US$ 2,5 bilhões.