Dois mil produtores, técnicos, coordenadores e parceiros do programa Balde Cheio partilharam histórias de trabalho e muito sucesso nesta quarta-feira (5/6) , no Expominas, em BH. Promovido pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), entidade gestora do programa no estado, o 2º Encontro Mineiro Balde Cheio reuniu casos como o do ex-carvoeiro Reginaldo Barcelos que, em dois anos, dobrou a produção e os ganhos.
“A pecuária de leite está no DNA de todo mineiro. O que falta, quase sempre, é o acesso à tecnologia e ao conhecimento que lhe possibilitará produzir mais e melhor. É aí que entra o Balde Cheio”, ressaltou o presidente da FAEMG, Roberto Simões. Ele destacou a importância das 152 entidades parceiras que garantem a presença de 184 técnicos capacitados pela FAEMG em 225 municípios atendidos pelo programa: “O mérito dos resultados que hoje comemoramos é dos produtores e técnicos e é também das entidades parceiras que viabilizam a multiplicação do conhecimento e da assistência técnica em todas as regiões do estado. Dividindo custos e trabalho, não fica oneroso para ninguém e os bons resultados são de todos”.
A importância das parcerias também foi lembrada pelo secretário de Estado de Agricultura, Elmiro Nascimento: “Somos privilegiados porque, em Minas, conseguimos trabalhar todos juntos, seja na pesquisa, transferência ou na assistência continuada. O resultado é que somos não apenas os maiores produtores do país, mas temos também o melhor leite, de maior qualidade”.
A presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu aproveitou o encontro para elogiar os participantes pela força de vontade e trabalho contínuo: “Por muito tempo o homem do campo recusou o novo, a tecnologia, a mudança. Parabenizo a postura de cada de um de vocês em não se acomodar, em querer alcançar mais, com sentimento e espírito de urgência. Tiro meu chapéu para os que optaram por não se conformar. Tomaram as rédeas, entraram para o Balde Cheio e estão desenhando, vocês mesmos, os rumos de sua produção”.
Kátia Abreu também destacou a importância do Balde Cheio para a competitividade do leite brasileiro no mercado internacional: “Precisamos produzir mais, com menos despesas ao produtor. Para isso, a melhor estratégia hoje é o Balde Cheio. Um programa muito simples e fácil, que não tem nada de mirabolante, e certamente já mudou a vida destes dois mil produtores mineiros que vieram aqui hoje comemorar essa vitória”.
Balde Cheio
Orientar o produtor para o uso de técnicas e inovação de baixo ou nenhum custo, combinando e otimizando fatores de que ele já dispõe em sua propriedade. Esta é a base do Balde Cheio, programa de aumento da produção de leite com menores custos e maior qualidade. Criado pela Embrapa, foi implantado em Minas Gerais há seis anos pela FAEMG. Mês a mês, as ações e resultados são acompanhados de perto pelos técnicos e as histórias de sucesso se multiplicam em todo o Estado. Os registros revelam aumentos superiores a 1.000% da produção, em alguns casos.
Pequenos produtores com pouco acesso à assistência técnica e gerencial são os mais beneficiados e têm conseguido aumentar a qualidade e quantidade na produção de leite e, consequentemente, aumento da produtividade e dos lucros.
Importância do Leite para MG
A produção de leite no estado corresponde a cerca de 30% do total nacional. Somente no último ano, Minas produziu 8,7 bilhões de litros. A produção do estado é crescente. Entre 2001 e 2012, o aumento foi de 39%.
O Brasil é o sexto maior produtor mundial de leite e Minas Gerais destaca-se por ter o maior rebanho bovino leiteiro, além de ser o maior produtor nacional, com 27% . O leite está entre os seis produtos mais importantes da agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café beneficiado e arroz.
O Agronegócio do Leite e seus derivados desempenham um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população. Tradicionalmente o Brasil sempre foi um grande importador de produtos lácteos, chegando a registrar um déficit anual de quase meio bilhão de dólares no final da década de 90. No início de 2001, medidas antidumping adotadas pelo Governo possibilitaram o crescimento da produção.
Passamos a abastecer não só o mercado interno como fomos o quinto maior exportador de lácteos em 2008. Contudo, desde 2011, o Brasil é novamente deficitário na balança comercial do setor.
Fonte: Ludymila Toledo Marques – Assessoria FAEMG