As exportações do agronegócio de Minas Gerais encerraram o primeiro trimestre com incremento de 16,5% em faturamento, quando comparado com igual período do ano anterior. Os embarques alcançaram US$ 1,82 bilhão. Com o resultado, o segmento ampliou para 31,85% a participação nas exportações totais do Estado, índice recorde já que a maior participação ocorreu em 2009, quando as exportações do agronegócio responderam por 28,9% do total mineiro.
A recuperação dos preços pagos pela saca de café, principal produto da pauta do agronegócio estadual, foi o principal impulso para o resultado positivo. De acordo com o superintendente de Economia e Política Agrícola da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, pecuária e Abastecimento), João Ricardo Albanez, enquanto as exportações totais do Estado recuaram 21,20%, com faturamento de US$ 5,74 bilhões, o agronegócio manteve o crescimento.
“Nossas expectativas são positivas em relação aos embarques, os preços mais valorizados pagos pelo café – que devem permanecer em alta devido a oferta mais restrita -, aliados à desvalorização do real frente ao dólar, tornam nossos produtos mais competitivos e estimulam os embarques. Além disso, no segmento das carnes, as negociações com os Estados Unidos e com a China, são fatores positivos que poderão contribuir para a expansão das negociações”, analisa.
Ainda segundo os dados da Seapa, com o resultado trimestral, o saldo da balança comercial do agronegócio ficou em US$ 1,7 bilhão, valor 18,51% superior ao registrado em igual período do ano passado. Em relação ao volume, o saldo foi de 1,48 milhão de toneladas, variação positiva de 16,38%.
O destaque dos embarques foi o café, cuja tonelada foi comercializada a US$ 3,49 mil, ao longo do primeiro trimestre, frente ao valor de US$ 2,47 mil praticado em igual período de 2014. A recuperação de 41,2% nos valores pagos pela tonelada foi o principal fator que provocou o crescimento de 39,92% no faturamento, encerrando o primeiro trimestre em US$ 1,05 bilhão. Em relação ao volume, 302,1 mil toneladas, a queda foi de 1,24%. No período, o café respondeu por 57,7% das exportações do agronegócio de Minas Gerais.
“As perspectivas em relação ao café são favoráveis. A estiagem afetou o desenvolvimento dos cafezais, o que vai impactar na safra atual e em 2016 também. Com a redução da oferta, a tendência é que a comercialização seja feita com preços mais altos do que os praticados em 2014”, ressalta Albanez.
Carnes
No complexo carnes, apesar do cenário favorável para o aumento das exportações, os resultados foram negativos. Ao todo foram movimentados US$ 176,5 milhões, queda de 20,45%. Em relação ao volume, foram destinados ao exterior 78 mil toneladas, retração de 6,4%. O grupo é o segundo mais representativo na composição das exportações do agronegócio, respondendo por 9,7% do total.
No grupo, o desempenho da carne suína foi negativo. De acordo com os dados da Seapa, o faturamento gerado com as exportações caiu 74,94%, somando US$ 9,7 milhões. O volume embarcado, no primeiro trimestre, ficou 69,71% inferior quando comparado com igual intervalo de 2014, com o embarque de 3,7 mil toneladas. As exportações de carne bovina apresentaram retração de 22,91% em faturamento, US$ 78 milhões. Em volume a queda foi de 17,52%, com o embarque de 19,2 mil toneladas.
No setor de carnes somente as negociações de frango com o mercado internacional apresentaram incremento. Minas Gerais exportou 14,46% a mais em volume, atingindo 49,5 mil toneladas. O faturamento somou US$ 74,9 milhões, valor 6,8% superior ao registrado em igual período de 2014.
Os embarques do setor sucroalcooleiro somaram US$ 174,9 milhões, alta de 10,27%. O volume exportado somou 505,4 mil toneladas, encerrando o período com incremento de 32,16%. O grupo é responsável por 9,6% dos embarques do agronegócio mineiro.
Soja
Resultado negativo foi verificado no complexo soja. Com um faturamento de US$ 130,9 milhões, o resultado retraiu 2,45%. Ao todo foram exportadas 310,8 mil toneladas de soja em grãos, farelo e óleo, volume 24,71% maior. No segmento, a receita gerada com a comercialização de soja em grãos somou US$ 110,8 milhões, queda de 6,6%.
Ao longo do primeiro trimestre, os embarques do agronegócio de Minas Gerais tiveram como principais destinos a Alemanha, que respondeu por 13,9% das negociações movimentando US$ 255 milhões, seguido pelos Estados Unidos, com participação de 11,8% e faturamento de US$ 215,8 milhões, e China, que respondeu por 8,8% e gerou receita de US$ 161 milhões.
Diário do Comércio