Minas Gerais deverá colher 11,35 milhões de toneladas de grãos na safra de 2013/2014, segundo dados da Conab e do IBGE. A quantia é 5,8% menor do que o colhido na safra passada, que foi de 12,05 milhões de toneladas. A estiagem rigorosa ocorrida em janeiro e fevereiro deste ano refletiu na produção de grãos no estado.
“Nos dois primeiros meses, a chuva veio muito esparsa, muito abaixo da necessidade e, em muitos lugares, nem ocorreu”, disse a economista Aline de Freitas Veloso, coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg). E é nesse período, explica, que ocorre o desenvolvimento das principais lavouras.
O maior destaque em Minas Gerais continua sendo a cultura do milho (6,73 milhões de toneladas), apesar de ter tido redução de 9,7% ou 724,4 mil toneladas a menos do que a safra anterior. “Essa redução se deveu principalmente ao veranico, que comprometeu seriamente o rendimento das lavouras na primeira safra, e também à perda de área para a soja, que estava com preços mais bem remuneradores à época do plantio da safra de verão”, diz Aline.
A seca foi responsável ainda por reduções nas produções de outras lavouras, como soja (1,9%), amendoim (4,1%), arroz (4,7%), sorgo primeira safra (27,2%). “É importante frisar que os produtores que investiram em cultivares precoces de soja, plantadas ainda no início do período chuvoso no ano passado, anteciparam a colheita e não tiveram tantas perdas na produção. Além disso, os reais efeitos do clima poderão ser mensurados no decorrer da colheita, que segue ainda pelo mês de março”, avalia Aline.
Em comparação com os levantamentos feitos em janeiro, houve queda na produção de 1,09 milhão de toneladas de grãos (8,8%), em razão das alterações climáticas ocorridas no estado.
Nova safra- O total destinado ao plantio de grãos deve chegar a 3,14 milhões de hectares, alta de 2,8% em relação à área de 3,05 milhões de hectares da safra 2012/2013. A soja teve maior crescimento (+12,3% na área plantada), passando de 1,12 milhão para 1,26 milhão de hectares. “No ano passado tivemos bom preço da soja no mercado nacional e internacional. Isso fez com que o agricultor investisse mais na cultura”.
O algodão apresentou cerca de 4% de aumento na área plantada (21 mil hectares). Para o milho safrinha (segunda safra), há expectativa de plantio em 140,8 mil hectares. Cabe destaque para o trigo, que poderá ser plantado em 36,2 mil hectares, 68,4% a mais do que no ano anterior.
Fonte: FAEMG