Destaques do Censo Agropecuário 2017 em Minas Gerais

O último Censo Agropecuário mostrou que o aumento tanto do número de estabelecimentos quanto da área em Minas Gerais foi superior ao ocorrido do Brasil, em relação ao último Censo de 2006 (talvez nem tanto pela expansão de fronteira agrícola, mas devido ao aumento da eficiência das ferramentas tecnológicas que propiciaram uma melhor cobertura do território). Enquanto no Brasil, o aumento do número de estabelecimentos com área foi de 1,5%, em Minas foi de 12,8%. Já o crescimento da área foi de 2,8% no Brasil e 15,4% em Minas Gerais.

Em Minas foram recenseados 607.557 estabelecimentos (maior número no histórico dos Censos), totalizando uma área de 38.168.688 ha.

Tanto no Brasil quanto em Minas houve um envelhecimento do produtor rural. No Estado, mais da metade dos produtores rurais (53%) declararam idade superior a 55 anos e 27,5% possuíam mais de 65 anos.

Destaca-se também um aumento considerável da mecanização. Em Minas Gerais houve aumento de 77,6% do número de tratores, totalizando mais de 163 mil unidades. No Brasil, esse aumento foi de cerca de 50%. Também houve aumento no número de outras máquinas agrícolas (semeadeiras, colheitadeiras e adubadeiras).

Já o pessoal ocupado nos estabelecimentos em Minas Gerais caiu (3,2%), numa proporção bem menor que no Brasil (8,8%). Na data de referência do Censo (30/09/2017) havia 1,84 milhões de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários no Estado. Essa queda foi de certa maneira amenizada pela contratação de mão de obra com intermediação de terceiros (sem vínculo com o estabelecimento). O número de estabelecimentos que utilizaram esse tipo de mão de obra aumentou 173% em Minas Gerais, em relação a 2006.

A área irrigada também aumentou consideravelmente no Estado (113%), ultrapassando a casa de 1,1 milhões de ha. Em relação ao uso de agrotóxico, apesar do aumento considerável do número de estabelecimentos que declararam utilização desses produtos (60,6%), o percentual que faz o uso no Estado (27,4%) ainda é menor que o do Brasil (33,1%). A participação percentual das despesas com agrotóxico em relação ao total das despesas dos estabelecimentos, ficou praticamente estável em relação a 2006 (7,6%).

A maior despesa dos estabelecimentos foi com pagamento de salários (19,2%), seguida de sal, ração e suplementos (15,0%), adubos e corretivos (14,9%); compra de animais (9,2%) e agrotóxicos.Minas Gerais foi o segundo Estado com maior valor da produção da agropecuária no país, totalizando quase R$ 60 bilhões, ficando atrás apenas do Estado de São Paulo (estado com forte participação na produção de cana-de-açúcar, laranja e ovos).

Merecem destaque alguns produtos em que Minas Gerais foi o maior produtor nacional: café (61%), leite (29%), batata (35%); alho (42%); morango (64%) e cenoura (65%). No Censo 2017 também foi confirmado que Minas possui a maior área de florestas plantadas do país, correspondendo a 23% da área nacional.

Além da produção animal e vegetal, o Censo também divulgou a produção da agroindústria rural, que é o processamento de produtos agropecuários pelo estabelecimento. Minas Gerais apresentou o maior valor da produção nesse quesito, ultrapassando R$ 3,5 bilhões, sendo o Estado o maior produtor de carvão vegetal (76% do valor da produção nacional), queijo e requeijão (33%), aguardente (50%), rapadura (42%), fubá de milho (63%), entre outros.

O Censo também fez um recorte sobre a Agricultura Familiar. Em Minas Gerais, semelhante ao que ocorreu no Brasil, houve queda na proporção de estabelecimentos com Agricultura Familiar, passando de 79% (2006), para 73% (2017). Uma possível explicação para esse movimento é que um dos quesitos utilizados para considerar o estabelecimento como de Agricultura familiar é que pelo menos metade da renda familiar deve ser proveniente das atividades econômicas do estabelecimento. Diante do envelhecimento do produtor, muitos passaram a receber benefícios (aposentadorias, pensões), ou algum membro da família começou a ter renda fora do estabelecimento, o que superou a renda obtida nas atividades do estabelecimento agro. Logo, esse deixou de ser enquadrado como agricultor familiar.

Ainda assim, a Agricultura Familiar correspondeu a quase 23% do valor da produção da agropecuária no Brasil e quase 25% em Minas Gerais.

Fonte: FAEMG / IBGE

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