As condições climáticas apresentadas, até o momento, indicam bom desempenho da safra 2019/2020 e, de maneira geral, superior ao da safra passada, recuperando o ocorrido na última temporada, quando importantes estados produtores sofreram com a estiagem em dezembro de 2018 e janeiro de 2019.
Apesar do início de safra sem chuvas, as lavouras de soja recuperaram e começam a ser colhidas com uma boa produtividade. Já o milho no Rio Grande do Sul sofreu com a estiagem em dezembro e início de janeiro, reduzindo a produtividade em relação à safra passada.
Neste sexto levantamento da safra elaborado e divulgado pela CONAB, o retrato das lavouras mostra que a colheita da soja está em andamento e juntamente vem a semeadura do milho segunda safra e algodão, tornando esses produtos os grandes destaques.
Milho
A estimativa de milho primeira safra, na temporada 2019/20, é de 4,23 milhões de hectares, 3,2% maior que a área cultivada na safra 2018/19, influenciada pelas boas cotações atuais do cereal. Problemas climáticos na Região Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul, prejudicaram o potencial produtivo das lavouras, o que deverá resultar em um rendimento 24,3% menor que na última safra. O processo e colheita foi iniciado em janeiro na região, somando 48% no final de fevereiro. Enquanto isso, ainda há áreas sendo semeadas no Matopiba, mesmo com substituição de lavouras de soja por milho, nesta safra.
A segunda safra de milho tem a semeadura acontecendo de acordo com o avanço da colheita da soja. Mato Grosso, principal estado produtor, é o mais adiantado no plantio do milho, com mais de 92% semeado até o fim de fevereiro, e uma expectativa de um incremento de 9% na área de milho, tendo em vista sua rentabilidade atual e as condições climáticas favoráveis ao cultivo.
Por outro lado, o atraso no plantio da soja em todo o país, por conta da falta e desuniformidade das chuvas em outubro passado, criou uma expectativa de risco por conta do ciclo da soja, que poderá ter sua evolução avançando sobre fevereiro, encurtando a janela de plantio favorável ao milho segunda safra, fato que ajuda explicar a estimativa de redução de área em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.
Para o milho de terceira safra a produção estimada é de 1,16 milhão de toneladas. Esse milho, que tem sua oferta, principalmente, na região da Sealba (Sergipe Alagoas e nordeste da Bahia), além de Pernambuco e Roraima, é produzido num calendário parecido com o do Hemisfério Norte, concentrando-se no período entre maio e junho.Dessa forma, a estimativa nacional de produção de milho, considerando a primeira, segunda e terceira safras, na temporada 2019/20, deverá apresentar um volume semelhante ao da safra 2018/19, e resultar numa produção de 100,1 milhões de toneladas.
Fonte: