O clima favorável está contribuindo para que Minas Gerais colha uma safra recorde de grãos no período 2015/16. De acordo com o quinto Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, elaborado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita prevista é de 12,47 milhões de toneladas, aumento de 5,6% frente ao período anterior. A produção mineira cresce acima do índice do País, que prevê uma colheita 1,3% maior, somando 210,2 milhões de toneladas de grãos.
A área plantada no Estado é de 3,2 milhões de hectares, espaço praticamente estável em relação à safra anterior, com pequeno recuo de 0,7%. O aumento da produção virá do maior rendimento médio, estimado em 3,8 toneladas por hectare e 6,3% maior que o obtido no período produtivo anterior, quando a estiagem prejudicou a produtividade de algumas culturas.
De acordo com o analista de Agronegócio da FAEMG Caio Coimbra, entre as culturas, o destaque será a soja. “Mais uma vez o carro-chefe da safra 2015/16 será a soja, que vai crescer acima de 20%. A cultura ainda é a mais rentável e com maior liquidez no mercado. O crescimento acontece em detrimento de outras produções como o milho e feijão, por exemplo”.
Segundo a Conab, a produção mineira da oleaginosa deverá atingir o recorde de 4,33 milhões de toneladas, volume 23,6% superior aos 3,5 milhões de toneladas geradas na safra 2014/15. A produtividade da lavoura foi estimada em 3 toneladas por hectare, alta de 12,9%.
Os preços lucrativos, a oportunidade de exportar a produção e a maior liquidez fizeram com que os produtores de Minas Gerais ampliassem em 9,5% a área de cultivo, que somou 1,44 bilhão de hectares. O crescimento ocorreu em áreas antes dedicadas principalmente ao milho, cultura essa que vem ganhando espaço na segunda safra. Segundo os pesquisadores da Conab, as lavouras estão nas fases de frutificação e floração, com apenas um pequeno percentual já em maturação e início de colheita.
Concorrência
A produção de milho, na primeira safra, em função da concorrência com a soja vai recuar cerca de 5%, com a colheita de 5,2 milhões de toneladas. A área utilizada para o plantio do cereal foi reduzida em 15,2% e somou 867 mil hectares, frente ao 1,02 milhão de hectares utilizados anteriormente.
O clima favorável tem permitido o bom desenvolvimento da safra e, com isso, a produtividade do cereal deve ficar 12,4% superior, com rendimento médio de 6 toneladas por hectare.
A expectativa é que a produção de milho cresça na segunda safra, que será semeada logo após a colheita da primeira temporada. O avanço estimado é de 5,5% e a colheita de 1,48 milhão de toneladas.
“Da área que normalmente era semeada como milho, cerca de 8% foram dedicadas à soja, o que provocou recuo na produção da primeira safra do cereal. Para a segunda temporada, o desafio será o clima, que conforme as previsões não será tão favorável para o desenvolvimento, com expectativa de chuvas somente até abril”, explicou Coimbra.
Feijão primeira safra deve render 200,5 mil/t
A produção da primeira safra de feijão, de acordo com o quinto Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ficará 22% maior, com a previsão de colheita de 200,5 mil toneladas. O incremento foi verificado na produtividade, 31,2%, com rendimento médio de 1,35 tonelada por hectare. A área de plantio foi reduzida em 7%, somando 148 mil hectares.
“Os preços do feijão estão remunerando e a tendência é de sustentação dos valores. Em algumas regiões do Estado, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a produção de feijão irrigada foi afetada pelas chuvas, provocando perdas pontuais que variam de 40% a 50%. Neste caso, a cultura foi implantada em outubro e a colheita começou em meados de janeiro, com as chuvas, os grãos brotaram e houve perda na qualidade”.
Para a segunda safra de feijão, com a tendência de manutenção dos preços em patamares rentáveis, a expectativa é de um aumento de 5,4% na área, com o uso de 111,6 mil hectares. A produção esperada é 2,7% maior, somando 161,8 mil toneladas. A produtividade para o período foi estimada em 1,45 tonelada por hectare, queda de 2,5%.
Fonte: FAEMG