A estimativa da colheita de grãos em Minas Gerais para a safra 2014/15 é de 11,68 milhões de toneladas, segundo o 10º Levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O volume ficará estável ao registrado na safra passada, com variação positiva de 0,1%. A estiagem registrada ao longo dos primeiros meses deste ano é a principal justificativa, uma vez que o primeiro levantamento da Conab estimava a colheita de 12 milhões de toneladas, volume que poderia ficar até 3,2% superior.
Segundo os dados da Conab, houve queda de 1% na área plantada, que deve girar em torno de 3,2 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 3,63 toneladas por hectare, variação positiva de 1,1%.
Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, a estagnação da produção se deve à escassez hídrica registrada nas principais regiões produtoras do Estado. “O levantamento vem mantendo um volume muito próximo ao registrado na safra passada, depois de alguns anos apresentando crescimento na produção. No início de 2015, tivemos perdas significativas em decorrência da estiagem e algumas cidades chegaram a decretar estado de emergência. A manutenção do volume se deve, principalmente, ao crescimento da produção de soja que compensou parte das perdas”
O Estado será responsável pela colheita de 3,5 milhões de toneladas de soja, volume 5,4% maior que o gerado na safra passada. Para o período produtivo atual, a área destinada à produção da oleaginosa somou 1,3 milhão de hectares, incremento de 6,6%. A produtividade, em função da escassez hídrica, caiu 1,1%, com a colheita de 2,7 toneladas por hectare.
Ao contrário da soja, o cultivo do milho deve encerrar o ano com retração de 1,5% na produção total. A expectativa é colher 6,88 milhões de toneladas em uma área de 1,27 milhão de hectares, espaço que ficou 4,1% inferior ao utilizado em 2013/14. A produtividade média estimada para a cultura é de 5,37 toneladas por hectare, alta de 2,6%.
Na primeira safra do cereal, foi registrada retração de 4,7%, com a colheita de 5,4 milhões de toneladas em uma área de 1 milhão de hectares, espaço 6,9% menor. Nesse período, segundo a Conab, os preços mais atrativos e a maior liquidez da soja fizeram com que os produtores migrassem de cultura.
Milho
Já na segunda safra de milho, houve expansão de 9,5% na área plantada, que somou 249,5 mil hectares. A colheita deve somar 1,3 milhão de toneladas, expansão de 13,8%.
A área de cultivo de algodão foi estimada em 18,8 mil hectares, sinalizando redução de 10% em relação à safra anterior. A queda está atrelada à tendência de redução nos preços de comercialização de pluma, motivada pelo aumento da oferta mundial de algodão em níveis superiores à demanda.
A produtividade média da cultura cresceu 3,8% alcançando 3,6 toneladas de algodão em caroço por hectare. O Estado deve colher 67,7 mil toneladas do produto, retração de 6,6% frente a safra anterior.
A produção mineira de feijão também ficará menor. De acordo com o levantamento, a colheita total de feijão será de 527,1 mil toneladas, queda de 8,3%. A área destinada ao cultivo, 345,9 mil hectares, retraiu 10,2%. A produtividade média estimada é de 1,52 tonelada por hectare, rendimento 2% superior. A maior queda foi verificado na primeira safra de feijão, estimada em 164,4 mil toneladas, volume 21,4% menor.
De acordo com Albanez, os produtores mineiros já estão se preparando para a safra 2015/16. “O momento agora é de planejar o plantio da safra. Os produtores do Estado precisam estar atento aos custos, que estão mais altos, e também às movimentações de mercado ao decidir qual cultura será implantada”.
No País, estimativa para safra de grãos é alcançar 206,3 mi/t
A expectativa para a safra 2014/15 é de colheita recorde. Segundo o 10º levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é produção de 206,3 milhões de toneladas. Esse número é 6,6% maior que o da safra anterior, o equivalente a 12,7 milhões de toneladas a mais.
O destaque do período foi o milho 2ª safra, que apresentou avanço de 1,8 milhão de toneladas frente ao levantamento do mês passado. “Cerca de 39% da safra brasileira está sendo realizada por esse grão”, disse ontem o diretor da Conab, João Marcelo Intini, durante o anúncio do 10º levantamento de safra 2014/15.
O milho 2ª safra apresentou bom desenvolvimento, segundo Intini, pelo ganho de produtividade e tem avançado por ter aproveitado uma “janela temporal que reuniu boas condições de clima e uso de tecnologia”. “Surpresa no milho 2ª safra é de que avanço da produção não está estagnado”, disse o diretor. A previsão é de que 51,5 milhões de toneladas, 6,5% mais que a safra anterior.
Já a safra de feijão, segundo a Conab, passa por uma correção frente ao último levantamento. A área plantada caiu 11,7% na 3ª safra e a estimativa de produção recuou 8,2%, ficando em 792,4 mil toneladas. Em junho, a previsão era maior, estava em 814,5 mil toneladas. Na safra passada, essa cultura ficou em 863,4 mil toneladas.
“Não há problema de abastecimento para feijão, tem produto bom e bem remunerado na praça”, afirmou Intini. “O feijão é mais sensível que soja, não é produto de estocagem”, disse o diretor ao garantir que não há problema de acesso ao grão, só um ajuste de mercado. Ele ponderou ainda que a 2ª safra de feijão está 80% colhida.
Soja
Sobre a soja, ele observou que foram colhidas cerca de 10 milhões de toneladas a mais do que na safra passada, alcançando 96,2 milhões de toneladas. Ele observou que o trigo no Paraná está em fase de desenvolvimento vegetativo e que no Rio Grande do Sul o cereal teve plantio mais tardio.
Intini afirmou que a área de plantio das principais culturas na safra 2014/15 é 0,8% maior do que no período anterior 2013/14. Segundo ele, “estamos utilizando melhor a área plantada”. Ele ponderou, no entanto, que no Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco a produção foi “bastante afetada” pelas condições climáticas. “Esse é um problema recorrente”, afirmou.
IBGE projeta produção de 205,8 mi/t
A safra brasileira deve somar 205,8 milhões de toneladas em 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado significa aumento de 6,7% em relação à produção de 2014, quando totalizou 192,9 milhões de toneladas. O montante ainda é 0,7% maior que o previsto em maio, com 1,5 milhão de toneladas a mais.
O Brasil deve colher 57,5 milhões de hectares na safra de grãos em 2015, área 1,9% maior do que a colhida em 2014, quando totalizou 56,4 milhões de hectares, segundo o IBGE. Em relação a maio, a projeção teve diminuição de 45,827 mil hectares. Arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, somam 91,9% da estimativa da produção e respondem por 86,1% da área a ser colhida.
A área de soja cresce 5,5% em relação a 2014, enquanto a de arroz diminui 3,5% e a de milho sobe 0,8%. Quanto à produção, é esperado aumentos de 1,9% para o arroz, 11,6% para a soja e 2,0% para o milho.
A produção de milho de segunda safra será de 50,2 milhões de toneladas de acordo com o IBGE. O resultado representa acréscimo de 3,4% em relação ao projetado no mês anterior e um crescimento de 4,2% em relação à produção de 2014.
O dado impulsionou a revisão da safra no mês passado, que ganhou, no total, 1,5 milhão de tonelada em sua estimativa. Com isso, a safra deve ser recorde, totalizando 205,8 milhões de toneladas em 2015.
Os principais estados responsáveis pelo incremento na estimativa da produção de milho de segunda safra em relação a maio foram Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Paraná (3,8%). “Estes aumentos acompanham os acréscimos verificados na área plantada e no rendimento médio”, apontou o IBGE.
Revisão
Em compensação, a produção de milho de primeira safra sofreu uma revisão para baixo. O volume deve totalizar 30,1 milhões de toneladas, 1,1% menos do que o estimado em maio. A principal responsável por essa mudança foi a região Nordeste, cuja estimativa de produção recuou 7,3% em junho ante o mês anterior diante do quarto ano de seca.
Segundo o IBGE, só o Ceará apresentou uma previsão de safra de milho de primeira 52,1% menor do que em maio, enquanto o Rio Grande do Norte reduziu sua estimativa em 55,6%.
Com o encerramento da colheita da soja, a produção no País atingiu o recorde de 96,4 milhões de toneladas um avanço de 11,6% em relação a 2014, conforme o IBGE. A estimativa é 0,2% maior do que o previsto em maio, segundo o órgão.
Fonte: Diário do Comércio