As cinzas são um subproduto da atividade agroindustrial, resultante da queima de lenha. De simples obtenção, ela é facilmente encontrada na maioria dos empreendimentos rurais brasileiros, embora ainda muito pouco utilizada na agropecuária. As cinzas são uma excelente fonte natural de cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P) e de micronutrientes essenciais, como cobre (Cu), zinco (Zn), ferro e boro (B). Como corretivo, apresenta o efeito alcalinizante de solo e pode substituir o uso do calcário como corretivo de solo. Atua, também no controle natural de importantes pragas agrícolas, como lagartas, pulgões, ácaros, formigas, cupins, vaquinhas e nematoides, e de doenças como o oídio e o míldio.
O volume de cinzas a ser empregado como insumo agrícola dependerá de diversos fatores, como o tipo de madeira; solo e a cultura a ser tratada. Rica em potássio, o ideal é fazer o uso das cinzas depois da avaliação dos resultados da análise química do solo. A Emater-MG recomenda misturar de meio litro a três litros de cinzas por metro quadrado de solo para a maioria das culturas, principalmente as que exigem mais em potássio, como abacaxi e banana.
É necessário, no entanto, prestar atenção, uma vez que as cinzas apresentam alta alcalinidade. Por isso, o uso em excesso pode provocar a queima e até a morte das plantas. O fornecimento no trato alimentar das criações também pode prevenir e tratar animais com problemas digestivos, infecção urinária, retenção de placenta, acidose metabólica e verrugas. O insumo deve ser oferecido em quantidade controlada, conforme orientação técnica.
Fonte: André César Henriques, extensionista agropecuário da Emater-MG de Caxambu.