A produção de grãos em Minas Gerais, segundo o 11º Levantamento da Safra 2013/14, elaborado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ficará 3,3% menor que a colhida no ano anterior, totalizando 11,6 milhões de toneladas. A queda, provocada pela estiagem atípica no início do ano, interferiu na produtividade, que recuou 8,2%. Nem mesmo a expansão de 5,3% na área plantada foi suficiente para evitar a perda provocada pela falta de água. As culturas mais afetadas foram o milho primeira safra, feijão segunda safra e a soja.
No levantamento anterior, divulgado em julho, a produção mineira de grãos havia sido estimada em 11,65 milhões de toneladas, o que representaria uma retração de 3,7% no volume. A queda registrada no Estado não foi vista no cenário nacional, onde é esperado aumento de 2,6%, cuja safra totalizará 193,4 milhões de toneladas.
Os dados da Conab mostram que a produtividade média esperada é de 3,6 toneladas por hectare, rendimento 8,2% inferior às 3,9 toneladas colhidas em 2012/13. A área plantada foi ampliada em 5,3%, somando 3,2 milhões de hectares.
A produção de soja foi uma das mais afetadas pela estiagem. No primeiro levantamento para a safra 2013/14, a produção mineira poderia chegar a 3,6 milhões de toneladas, o que representaria uma expansão de 7,3%. Mas, a produção vinha sendo revisada para baixo, e no 11º levantamento foi calculada em 3,32 milhões de toneladas, índice 1,4% menor que o gerado na safra anterior, que era de 3,37 milhões de toneladas.
Em Minas Gerais, maior produtor regional, a estiagem associada a elevadas temperaturas em fases importantes da lavoura de soja provocaram significativas perdas de produtividade que ficou 10,7% inferior, com rendimento de 2,6 toneladas por hectare. A área plantada foi ampliada em 10,4%, com a destinação de 1,2 milhão de hectares para a oleaginosa.
Milho
No caso do milho, além dos problemas causados pela seca, a concorrência com a soja também interferiu na produção. A produção mineira na primeira safra foi calculada em 5,74 milhões de toneladas, queda de 16% quando comparada com as 6,83 milhões de toneladas colhidas anteriormente. A concorrência com a soja, que estava com preços mais competitivos, provocou um recuo de 4,5% na área de plantio, que alcançou 1,09 milhão de hectares. A produtividade caiu 12%, com rendimento médio calculado em 5,23 toneladas por hectare.
Com a queda na produção da primeira safra do cereal, os preços do milho foram alavancados, o que estimulou o plantio da segunda safra. A produção na safrinha ficou 98,9% superior, com a colheita de 1,22 milhão de toneladas de milho. A área de plantio, estimada em 230 mil hectares, está 93,9% maior. A produtividade média, 5,33 toneladas por hectare, apresentou crescimento de 2,6%.
Mesmo com o incremento na produção da segunda safra, a produção total do cereal em Minas Gerais vai encerrar o período em 6,97 milhões de toneladas, retração de 6,4%.
Feijão, algodão e trigo terão crescimento
Somando as três safras de feijão, Minas Gerais produzirá um volume 5,5% superior na safra 2013/14, com a colheita de 596 mil toneladas, segundo o o 11º Levantamento da Safra 2013/14, elaborado pela Conab.
A produção na primeira safra foi calculada em 209,2 mil toneladas, alta de 37%, A produtividade ficou em 1,17 tonelada por hectare, avanço de 43% sobre o resultado anterior. A área destinada ao feijão, 178 mil hectares, retraiu 4,2%. O aumento da produtividade se deve à recuperação da cultura, que em igual período do ano passado enfrentou problemas com a mosca branca.
No caso do produto de segunda safra, em Minas, houve uma redução da área plantada da ordem de 18,1% em relação à safra passada, somando 121 mil hectares. A diminuição foi motivada pelos baixos preços praticados, pela estiagem a partir de janeiro em todas as regiões produtoras e ao vazio sanitário, que aconteceu entre os meses de janeiro e março em 18 municípios do Noroeste do Estado, maior região produtora do grão. A colheita encontra-se finalizada. A produtividade de 1,35 tonelada por hectares ficou 2,9% superior à da safra passada. Porém, com a redução da área, houve queda na produção (de 15,8%), somando 164 mil toneladas de feijão.
A terceira safra de feijão, que é irrigada e tem custos mais elevados, foi estimada em 222,6 mil toneladas, crescimento de 2,5%. A produtividade deve ficar 1,8% maior, com rendimento de 2,6 toneladas por hectare. A área ficou praticamente estável, com avanço de apenas 0,7%, totalizando 85,6 mil hectares.
Expansão
Apesar das reduções em várias culturas, outras apresentaram resultados muito positivos, com destaque para a produção de algodão em caroço, que somará 72,5 mil toneladas, volume 7,4% superior ao colhido anteriormente, que era de 67,5 mil toneladas. A área de produção também foi expandida em 4,5%, totalizando 20,9 mol hectares. A produtividade média esperada é de 3,46 toneladas por hectare, 2,8% maior. A estimativa para a produção de pluma é de 28,3 mil toneladas, 7,6% superior às 26,3 mil toneladas gerada na safra passada.
Já a produção de trigo foi estimada em 166,5 mil toneladas, o que se alcançado significará um aumento de 39%. A produtividade média ficou 2,8% menor, somando 3,21 toneladas por hectare. O aumento na produção foi proporcionado pela expansão da área, que está 43,1% superior na safra 2013/14, atingindo 51,8 mil hectares.
Fonte: Diário do Comércio