s chuvas registradas ao longo das últimas semanas no Sul de Minas têm deixados os cafeicultores apreensivos, já que parte da produção está com a maturação concluída e o aumento da umidade provoca a fermentação e queda dos grãos. Casos persistam as precipitações, poderá haver perdas em qualidade do grão e da bebida. A colheita já foi iniciada na região, mas deve ganhar maior ritmo no próximo mês.
Um dos municípios cafeeiros afetados é Três Pontas. De acordo com o diretor-presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas Ltda (Cocatrel), Francisco Miranda, nos últimos dias as precipitações interromperam a colheita. “O trabalho vem sendo afetado pelas chuvas mais freqüentes registradas neste mês. Além de não permite a colheita, a maior umidade compromete a qualidade do grão que já está maduro e prejudica a qualidade final da bebida. Até o momento não foram registradas perdas relevantes, que só ocorrerão casos as chuvas persistam em junho, período de concentração da colheita”, avaliou.
De acordo com Miranda, boa parte dos cafeicultores da região estão descapitalizados devido às perdas significativas registradas em 2014, na região de atuação da Cocatrel foi verificada quedas entre 30% e 35% na safra. O volume de café colhido ficou em torno de 1 milhão de sacas de 60 quilos, frustrando a expectativa inicial que era de uma colheita entre 1,3 milhão e 1,4 milhão de sacas. Para este ano, a previsão é de nova queda, já que a estiagem em janeiro afetou os cafezais.
O índice de perdas e o volume da safra 2015 só serão divulgados quando a colheita for concluída, mas Miranda, tem como base os números da Fundação Procafé, que estimam quebra entre 3% e 10% para o Sul de Minas, com a colheita variando entre o mínimo de 9,8 milhões de sacas e o máximo de 10,5 milhões de saca de 60 quilos.
Fundamentais
De acordo com o coordenador técnico estadual da Emater (Empresa de Assistência Técnica de Minas Gerais) – regional Guaxupé, Willem de Araújo, as chuvas mais freqüentes preocupam os produtores cujos cafezais já estão em ponto de colheita, porém, são consideradas fundamentais para a recuperação da cultura que há dois anos vem sofrendo com a estiagem atípica.
“As precipitações deixam o cafeicultor receoso pelo período atual, onde a maturação em algumas lavouras já ocorreu e a colheita foi iniciada. Podem ser registradas quedas dos frutos, fermentação dos mesmos e perda da qualidade. Até o momento não tivemos impactos negativos, já que uma pequena parcela dos cafezais teve a maturação antecipada”, avaliou Araújo.
Jornal do Comércio