A coleta de dados para o 10º Censo Agropecuário, elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), começará em 1º de outubro de 2017. A expectativa é que os agentes censitários visitem mais de 600 mil estabelecimentos rurais até fevereiro de 2018 em Minas Gerais. O levantamento é considerado fundamental para o avanço do agronegócio no Estado e no País, uma vez que os dados são utilizados como base para a formulação de políticas públicas e para a definição de investimentos.
De acordo com o supervisor de pesquisa do IBGE Minas Gerais e coordenador técnico estadual do Censo Agropecuário, Humberto Silva Augusto, o último Censo Agropecuário foi realizado há mais de 10 anos e, com o passar do tempo, houve mudanças em procedimentos, o que deve favorecer a análise de dados e contribuir para que o resultado seja publicado mais rápido.
“A primeira mudança favorável é que o levantamento será exclusivo para o Censo Agropecuário, pois no último também foi feita a contagem da população em alguns municípios e registramos conflitos nas duas operações. No último Censo foi a primeira vez que o IBGE utilizou a coleta digital. Adquirimos experiência e avançamos muito no processo”, informou Augusto.
Segundo ele, nesse levantamento, o IBGE vai trabalhar utilizando o cadastro com as coordenadas do último censo. O agente censitário terá uma lista prévia com as coordenadas onde pode garantir a visita. “Ele poderá também incluir novos estabelecimentos. A expectativa é que a cobertura seja melhor e a análise de dados mais ágil, pelo sistema ser on-line”, acredita.
Investimentos
O orçamento previsto no início das negociações com o governo para a realização do Censo era de R$ 1,6 bilhão. Porém, foram aprovados apenas R$ 505 milhões para 2017. Com isso, a pesquisa precisou ser reformulada para se tornar mais ágil. O IBGE garante que não haverá perdas no levantamento.
“Vamos aplicar um questionário mais enxuto. Com a redução do orçamento foi necessário reduzir o questionário para que o tempo seja suficiente para que o agente visite mais propriedades. Mas o questionário não deixou nada de importante de fora, vai continuar abrangente em relação à agricultura familiar, empresarial e incluindo todos os estabelecimentos”.
Na edição anterior, foram visitados em Minas Gerais em torno de 580 mil estabelecimentos agropecuários e a expectativa para o levantamento atual é superar 600 mil visitas. Os agentes irão percorrer todas as regiões de Minas e do País até 28 de fevereiro de 2018. No Estado serão cerca de 2 mil censitários, mais a equipe de supervisão e de análise de dados.
O questionário será respondido on-line, com transmissão imediata para o setor de análise. Esta agilidade é um dos fatores que contribuirá para que a conclusão dos estudos e divulgação dos dados sejam feitas ainda em 2018.
“O teste piloto do sistema que será utilizado para o Censo Agropecuário foi feito em Bambuí, na região Centro-Oeste do Estado, e tudo deu certo. Fazer um levantamento completo é fundamental para toda a cadeia do agronegócio e para o País. Os dados coletados são fundamentais para se conhecer a produção e para a elaboração de políticas públicas e planejamento de investimentos privados e públicos, por exemplo”.
Segurança – Augusto destaca que os censitários estarão identificados com crachás do IBGE contendo nome, número da matrícula e um telefone 0800 para confirmação em caso de dúvidas. Além disso, o dispositivo de coleta de dados é identificado com uma capa do IBGE.
A coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso, considera a participação dos produtores rurais fundamental.
“A participação dos produtores é muito importante para que tenhamos um diagnóstico real do meio rural no País e para que consigamos identificar o quanto mudamos desde 2006, último levantamento. Também será uma oportunidade para identificar as demandas por políticas públicas e subsidiar as ações do SISTEMA FAEMG junto ao produtor rural”, disse Aline.