Os primeiros dados divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em relação às exportações do agronegócio de Minas Gerais, ao longo do primeiro bimestre de 2015, mostram que o café manteve o desempenho favorável observado nos meses anteriores. Somente em faturamento com a comercialização do grão, foi verificada alta de 49,1%, com a movimentação de US$ 716 milhões. Porém, o desempenho de outros produtos como as carnes (suína e bovina) e a soja encerraram o período com queda nas exportações.
De acordo com os dados, o incremento foi promovido pela valorização nos preços do café, movimento que vem sendo registrado desde meados de 2014, após o período de seca e o comprometimento de parte da produção. Enquanto no primeiro bimestre de 2014 a tonelada do café era negociada com o mercado internacional a US$ 2.330, em igual período deste ano, o valor passou para US$ 3.616, valorização de 55,2%.
Apesar da cotação mais valorizada que a vigente no primeiro bimestre de 2014, o volume embarcado do grão, no mesmo período de 2015, recuou 3,88%, com a exportação de 198,4 mil toneladas, frente às 206 mil toneladas destinadas ao mercado internacional anteriormente. No mesmo período, o faturamento gerado com as negociações somou US$ 716 milhões, aumento de 49,1% quando comparado com a receita de US$ 480 milhões registrada entre janeiro e fevereiro de 2014.
A estiagem registrada em janeiro, pelo segundo ano consecutivo, e os efeitos negativos provocados na produção das safras 2014 e 2015 reduziram a oferta do grão e promoveram a alta dos preços. Outro motivo para os preços ainda elevados é o receio em relação à produção de 2016, que também poderá refletir os danos da escassez hídrica nos cafezais.
Apesar dos resultados positivos no bimestre, as negociações do café perderam ritmo em fevereiro. Na comparação com janeiro, o faturamento recuou 12,82%, somando US$ 333,7 milhões frente aos US$ 382,2 milhões registrados no primeiro mês de 2015. Já o volume embarcado ficou 9,61% inferior com a exportação de 94 mil toneladas em fevereiro.
Diário do Comércio