Representantes do setor produtivo do café – Sindicatos, FAEMG e Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) – em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC) se reuniram na última semana em Varginha para debater o cenário de cotações abaixo dos custos de produção. As principais reivindicações do setor foram listadas em um documento que deverá ser entregue à Presidência da República.
O diretor da FAEMG e presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita explica que o aumento progressivo do consumo do grão em todo mundo (crescimento médio de 2% ao ano) pautou um planejamento federal de aumento da produtividade do país para atender a demanda.
Ele explica que, com a safra de ciclo alto do último ano e uma safra atual registrando volume superior à média dos anos de ciclo baixo, o mercado tornou-se fortemente especulativo. “O que pedimos é a contrapartida, a garantia mínima de renda para o cafeicultor continuar no mercado, trabalhando sem prejuízo. Por isso, estamos nos mobilizando para levar à Presidência as propostas que o setor produtivo entende como necessárias para que o mercado possa enfim reagir”, conta.
Além da revisão do preço mínimo da saca, o manifesto solicita a liberação de linha de crédito de R$900mi (ou três milhões de sacas) do Fundo de Defesa da Cafeicultura – Funcafé – e prorrogação de créditos em aberto do setor até que a cotação no mercado interno atinja o preço mínimo, dentre outras propostas. “Nosso objetivo é cobrar da Presidência o apoio que foi prometido durante a campanha eleitoral. E que sejam políticas que realmente levem em conta a renda do produtor”, conclui.
Cafeicultura de montanha
Na mesma semana, representantes da Cafeicultura de Montanha também entregaram ao CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café), do Ministério da Agricultura, um conjunto de propostas para impulsionar a competitividade deste específico segmento. A iniciativa visa reduzir o impacto do valor pago pela mão de obra, que chegam a 50% dos custos de produção. O documento foi elaborado por grupo de trabalho formado por sindicatos e cooperativas de todas as regiões do país, pelo Ministério e pela Embrapa Café.
Dentre as medidas propostas estão, preço mínimo diferenciado para o café de montanha, ressarcimento para o cafeicultor que queira deixar a atividade, política compensatória sobre encargos trabalhistas, estimulando ainda mais a formalidade da mão de obra e uma política de renovação de cafeeiros, com financiamento em 10 anos e quatro anos de carência.
O grupo de trabalho conquistou, junto ao CDPC, sua manutenção em atividade para acompanhar a evolução das propostas e buscar novas alternativas a serem incorporadas ao trabalho. Autor do pleito e integrante do grupo, Breno Mesquita lembra que a iniciativa é resultado do Workshop do Café, realizado pela Federação mineira em agosto.
Fonte: FAEMG